E se eu morresse amanhã? Océlio de Morais 16.11.21 8h00 - Atualizado em 16.11.21 11h00 Nas suas meditações – recentemente foram reunidas no livro que tem o título “A Arte de Viver – o manual clássico da virtude, da felicidade e da sabedoria” – o filósofo Epicteto costumava dizer que a pessoa não morre, mas retorna ao lugar de onde veio. Nascido escravo no ano de 55 a.C em Hierápolis, extremo Norte do Império romano antigo, Epicteto, que tornou-se filósofo, provavelmente quis dizer a morte não é uma perda, mas uma passagem da alma do estágio material ao espiritual: “o lugar de onde veio…”, que ele definia como “o paraíso”. A Bíblia Sagrada, em pelo menos sete partes do Antigo e do Novo Testamento, aborda o tema da morte do corpo, como condição necessária à ressurreição do espírito. Cá entre nós, ninguém, em plena saúde quer apressar a sua hora final, apesar de que todos teremos nosso dia pós-prólogo ou nosso posfácio. Todo mundo sabe que a morte é uma condição da natureza humana. Então, pensar sobre a morte (ou o retorno ao lugar de onde vieram os espíritos) deveria ser algo motivador à busca incessante da felicidade. Às vezes, confesso, me vejo refletindo sobre essa condição da natureza humana: “E se eu morresse amanhã, sem um auto-falante universal que a anunciasse com antecedência razoável". Fico a meditar, qual o legado importante e positivo que eu deixaria para a minha família, para meus amigos, para meus colegas e para a sociedade? Vou lá no fundo do baú da memória e procuro por boas ações e vejo que pouco fiz e ainda é tempo útil para fazer mais alguma coisa boa e positiva Isso me motiva a pensar e a fazer as coisas sem prejudicar ninguém. É o mínimo que cada pessoa pode e deve fazer. Considerando que a cada dia a gente morre um pouco – ou como disse o filósofo Epicteto a gente se aproxima do dia do retorno ao lugar de onde viemos – também seria o caso se perguntar 70 x 7: E se Deus renova a chance de vida, o que eu faria diferente para melhorar e ser mais solidário em todas as situações de vida? O que eu faria diferente para ser mais justo e compreender melhor as fraquezas da natureza humana? Essas são questões importantes, à medida que um dia não é uma cópia do outro, o que significa que todo novo dia é uma segunda chance para fazer algo melhor e melhor do que no dia que passou. Então, como pensar nessas coisas é também um exercício de compreensão da falibilidade humana, penso: 1. que se eu soubesse que iria morrer amanhã, agora bate uma sensação de que não conclui a missão de fazer a Justiça que Deus me incumbiu... 2. …e vem uma vontade imensa de dizer ao mundo, por meio de um super auto-falante universal: – que precisamos, todos nós, reaprender a arte de sermos mais educados, mais gentis, mais amigáveis, mais afáveis e mais amáveis; – que sejamos todos mais simples, – que sejamos todos mais solidários, – que tenhamos todos mais compaixão com as coisas e com os outros, – que respeitemos mais as pessoas e as coisas, – que não sejamos arrogantes nas relações humanas, – que não retiremos do nosso semelhante a chance de ser feliz, – que não massacramos o semelhante com o poder que exercemos, – que amemos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Considerada a variável natureza humana – porque esta se justifica pelas opções de vida que são feitas – esses compromissos podem ser ou não prioridade à ascese espiritual. Mas será naturalmente encarado quando a prioridade for a identificação da sua essência, ou seja, a descoberta da consciência de si mesmo e de seu papel positivo no mundo. Então, o homem começará, verdadeiramente, a enxergar e a viver a sua sabedoria. _______________________________ ATENÇÃO: Em observância à Lei 9.610/98, todas as crônicas, artigos e ensaios desta coluna podem ser utilizados para fins estritamente acadêmicos, desde que citado o autor, na seguinte forma (Océlio de Jesus Carneiro Morais (CARNEIRO M, Océlio de Jesus) e respectiva fonte de publicação. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas océlio de morais COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Océlio de Morais . Desculpe pela interrupção. 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