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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Sob o império do ceticismo

Linomar Bahia

Seriam necessários incontáveis textos para complementar, com apenas uma palavra, as colocações sobre a falta de seriedade, responsável pelas sucessivas crises de credibilidade que entrava o desenvolvimento. Por isso, sigo na sequência dos exemplos postados no artigo “Uma palavra, apenas”, publicado no último domingo, robustecendo a constatação de que vivemos continuado clima de ceticismo, em que ninguém acredita em ninguém e todos duvidam e tudo, exposto pelo comportamento de instituições, políticos, juízes, influenciadores e formadores de opinião. Mudam de posturas e nos discursos, conforme as circunstâncias e as conveniências, alternando a cor como “camaleões” e gerando fatos que podem desaguar no caos.

Embora o troca-troca de partidos e as alianças heterogêneas já sejam expoentes  da vulnerabilidade na política e na vida publica, há infinitas situações reveladoras da metamorfose ambulante que impera no País, refletindo em todos os níveis da vida nacional. Como acreditar, por exemplo, em quem acusava adversários das piores práticas, inclusive de pretender “voltar à cena do crime” e, agora, se alia a ele como vice na chapa presidencial? Merecem crédito pesquisas eleitorais e seus seguidores desmentidos pela realidade dos resultados? Deve ser crível o que publicam  certos veículos de comunicação, que omitem ideologicamente o que não desejam conhecido pelo público, contrariando as evidências?

Parafraseando Shakespeare, há muito mais responsáveis pela descrença generalizada que assola o país do que se possa imaginar. Enquanto se falam e são recitadas loas à Constituição e desgastam as oportunistas referências ao decantado “Estado Democrático de Direito”, o país assiste a juízes proclamando abertamente posicionamentos políticos e ideológicos e pregando contra autoridades constitucionalmente constituídas. Praticam a mesma, ou pior, antidemocracia de que acusam adversários de pensamento e de opinião, reinterpretando leis e ajustando votos e jurisprudências ao gosto das decisões convenientes a decisões politizadas. Como se acreditar em julgadores assim, que deveriam ser exemplares e aos órgãos que integram?

Veículos de comunicação do país tergiversam no compromisso profissional com a verdade, razão de ser do jornalismo, envolvendo articulistas e comentaristas outrora fontes de credibilidade. Passaram a distorcer, adjetivar negativamente e a omitir os eventos que não se enquadrem em seus posicionamentos políticos e ideológicos. Invertem a máxima “recuperiana” ao  mostrarem o que é ruim e esconderem o que é bom, sofrendo fuga nunca vista de assinantes, leitores e ouvintes, em quantidades superando, proporcionalmente, inclusive, as fases agudas de recessão e períodos de guerra. Como diria Cícero, ao vociferar contra as estultices de Catilina, nas famosas “Catilinárias”: "Até quando abusarás de nossa paciência? “O Tempora, O Mores. Que tempos os nossos! E que costumes!”. 

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