Que histórias serão contadas? Linomar Bahia 24.08.25 8h00 Sempre se questionou a veracidade das histórias que costumam ser contadas, supostamente contaminadas por conveniências e ideologias pessoais. É atribuída a Napoleão Bonaparte, o estadista e general francês que ganhou notoriedade com a Revolução Francesa e repercussão eterna, mais de dois séculos depois, que “grande parte da história é adivinhação, o resto é preconceito”, completando ao comentar “o que é a história senão uma fábula com a qual todos concordamos”. Entre tantos questionamentos sobre a credibilidade das histórias, o poema “Deus se move de maneira misteriosa”, escrito nos anos 1.800 pelo poeta inglês William Cowper, (1731-1800) poetiza logo nas primeiras linhas que “A história ri de toda tentativa de enquadrar seus fluxos em padrões teóricos ou ritmos lógicos. Ela destrói nossas generalizações, viola nossas regras. A história é barroca”. Eu mesmo vivi episódios que me surpreendi ao ver contadas de forma totalmente distorcida. Todavia, nem toda a culpa pelas eventuais inverdades históricas poderá recair exclusivamente sobre os historiadores. Muitos deles são ciosos das responsabilidades, ávidos em pesquisar informações e testemunhos que consideram fiéis para resgatar cada período de vida de pessoas, registro de fatos e tudo o mais quanto possa assegurar o que, quem, quando, como, onde e porquê, seguindo o mesmo rigor que esses questionamentos impõem na construção de textos jornalísticos. É plenamente justificável, assim, que se nutra profunda expectativa sobre como virão a ser contadas as histórias destes tempos brasileiros. O próprio jornalismo, antes considerado indicativo da verdade absoluta, tem sio lançado na vala comum da relativização pelas conveniências, circunstâncias e interesses dos momentos e oportunidades, deixando de ser um compromisso profissional pela linha tênue que separa a ficção da realidade em tudo quanto se assistem a cada dia. Ganharam, inclusive, um toque de modernidade também falsa, em que a mentira e boato frequentes de outrora passaram a ser americanizados como “fakes” e se criaram supostos “checadores”, tão ou mais duvidosos do que as dúvidas que se propunham dissipar. Os “balões de ensaio”, denominação de jargão para designar ensaios de pretensões para aquilatar a receptividade sobre algo ou alguém, perderam o sentido ao incidirem na falta e confiança e credibilidade que assola o país. Há uma descrença generalizada em tudo e todos renovada e reiterada em certos discursos e textos dissociados da vida e dos acontecimentos reais, como se autores vivessem num mundo de “faz de contas”. Relelembram a frase do escritor francês Henry Stendhal de que “a palavra foi dada ao homem para esconder os pensamentos” e naquilo que a Bíblia ensin,a ao aconselhar que não nos deixemos “enganar por palavras vazias ...”. Um desafio para as histórias que serão contadas. Linomar Bahia é jornalista e escritor. Membro da Academia Paraense de Letras e da Academia Paraense de Jornalismo. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave linomar bahia colunas COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia A vida como ela é 07.09.25 8h00 Linomar Bahia Nova ordem 30.08.25 8h00 Linomar Bahia Que histórias serão contadas? 24.08.25 8h00 Linomar Bahia Entre dúvidas e incertezas 27.03.25 17h48