CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Semelhanças e coincidências

Linomar Bahia

Há mais de dois séculos, o pensador alemão Karl Marx afirmava que a história se repete; primeiro como tragédia, depois como farsa porque, mesmo que o homem evolua, seus defeitos e virtudes sempre se manifestarão. Mudam somente os métodos das ações, exemplificados pelos eventos do golpe de Estado desferido por Napoleão Bonaparte no movimento revolucionário francês, ascensão da burguesia ao poder, preservação das conquistas da revolução francesa e implantação do império napoleônica.

A história parece se repetir na atualidade, quando é questionada a segurança das urnas eletrônicas, transformadas em pomo de discórdia entre Poderes a medida que se aproxima o pleito de outubro próximo. Qualquer semelhança pode não ser mera coincidência com os fatos da mesma natureza, ocorridos nos meses que antecederam a rumorosa eleição de 1982, para governador do Rio de Janeiro, entre os primeiros efeitos da redemocratização do país e o fim do regime militar três anos depois.

Estão se repetindo as mesmas suspeitas de manobras de então, prolongando os palanques eleitorais de 2018 contra os eleitos. Correntes insatisfeitas com o resultado das urnas continuaram reagindo à decisão da maioria eleitoral, emprestando relevância a dúvidas sobre a contagem dos votos. Viceja uma disputa sobre quem ameaça e quem defende o que denominam de “democracia”, reproduzindo a máxima popular de que “em casa onde falta farinha, no caso, entendimento, meu pirão, primeiro”.

O abominado daquele pleito era Leonel Brizola, retornado do exílio a que se submetera, após fracassar na contestação ao movimento que instaurou o governo militar em 1964.  Como agora, as forças contrárias ao “brizolismo” assestaram as baterias numa frente composta por jornais, emissoras de rádio e televisão e quanto mais de armas pudessem inviabilizar a candidatura indesejável. Uma campanha em que, também como agora, até as manchetes eram negativistas e pesquisas eleitorais eram manipuladas.

Valia tudo pela eleição da chapa governista Moreira Franco/Francisco Franco ao governo do Rio e derrotar a dupla Leonel Brizola/Darcy Ribeiro. Surgiu, então, o escândalo eleitoral que ficou famoso como “o caso Proconsult”, nome da empresa contratada para fraudar a apuração pela contabilização de votos nulos e brancos para os governistas, favorecida pelas regras da eleição, ao estabelecer o “voto vinculado”, em que os candidatos votados para os mandatos teriam que ser do mesmo partido. 

Como atualmente, a campanha brizolista promoveu uma apuração paralela, através da empresa Sysin-Sistemas, obtendo números inteiramente divergentes dos apresentados pela Justiça Eleitoral. Semelhanças e coincidências também observadas na contenda entre as mídias apoiadoras da fraude e os veículos contrários, como foi o grupo “Jornal do Brasil”, que denunciou as práticas suspeitas, provocando o escândalo que resultou em reviravolta na apuração e na consequente eleição de Leonel Brizola.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Linomar Bahia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA