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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Rescaldo eleitoral

Linomar Bahia

Entre tantas lições e experiências que se podem extrair do resultado eleitoral do último domingo, independentemente do que vier a acontecer no segundo turno, suscita reflexões o paradoxismo de que um candidato poderá vir a ser reeleito justamente pela campanha contrária nunca vista em nossa história política e administrativa, movida pelos adversários, organizados e coordenados em canais de forte influência na formação de opinião e órgãos de decisão institucional.

A exemplo do fermento, quanto mais batem mais cresce, ao mesmo tempo em que mostra certas situações se repetirem como tragédia ou como farsa, numa realidade objetiva que a o radicalismo e a arrogância de certos segmentos parecem não perceber. 

É atribuída ao saudoso colunista Ibrahim Sued uma frase, reproduzida por outros em ocasiões pertinentes, dizendo algo como “falem mal, mas falem de mim, porque é horrível quando nem mal falam e ficamos relegados ao esquecimento”. É uma expressão que se adéqua perfeitamente a esse comportamento contumaz no ser humano, muitas vezes responsável por se obter o contrário do que se pretendia. Ocorre frequentemente num país, como o nosso, em que o povo tem, entre suas principais características de personalidade, a capacidade de ser sensível e solidário aos que sofrem física e moralmente, inclusive invertendo os sentimentos sobre autores e vítimas e avultando as contradições e os paradoxos que cometem.

O rescaldo do pleito eleitoral também é farto em quantos aspectos que analistas e pesquisadores pretendam recolher, principalmente, no campo das promessas de soluções para problemas impossíveis de resolver e compromissos sem nenhuma chance de serem cumpridos, seja por impossibilidades logísticas ou por estarem fora da alçada de competência dos cargos a que se candidataram. Em pleno agreste, desprovido de cursos d´água, candidato prometeu que ali construiria uma ponte, mas, alertado para a falta de rio no local, logo acrescentou que, quando reeleito, construiria o rio que a ponte atravessaria. Houve o tempo em que os governantes prometiam construir estádios, alguns prometidos inclusive onde sequer havia futebol.

Político mineiro, famoso por servir a regimes ditatoriais e períodos considerados democráticos, somente não exercendo a Presidência por haver morrido antes da posse, pregava a necessidade de dois programas de governo, sendo um como candidato e outro, se eleito, para governar. Ficou famoso na história da política mundial o comentário do estadista francês Charles de Gaulle de que “como o político não acredita no que diz fica surpreso quando os outros acreditam”. Alguns por conhecimento, outros por coincidência seguem o ensinamento expresso por Maquiavel há mais de 500 anos, segundo o qual, para salvar o Estado, um governante deveria saber “não ser bom”, mentindo ou parecendo piedoso se a situação exigisse”. 

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