Rescaldo eleitoral Linomar Bahia 09.10.22 8h00 Entre tantas lições e experiências que se podem extrair do resultado eleitoral do último domingo, independentemente do que vier a acontecer no segundo turno, suscita reflexões o paradoxismo de que um candidato poderá vir a ser reeleito justamente pela campanha contrária nunca vista em nossa história política e administrativa, movida pelos adversários, organizados e coordenados em canais de forte influência na formação de opinião e órgãos de decisão institucional. A exemplo do fermento, quanto mais batem mais cresce, ao mesmo tempo em que mostra certas situações se repetirem como tragédia ou como farsa, numa realidade objetiva que a o radicalismo e a arrogância de certos segmentos parecem não perceber. É atribuída ao saudoso colunista Ibrahim Sued uma frase, reproduzida por outros em ocasiões pertinentes, dizendo algo como “falem mal, mas falem de mim, porque é horrível quando nem mal falam e ficamos relegados ao esquecimento”. É uma expressão que se adéqua perfeitamente a esse comportamento contumaz no ser humano, muitas vezes responsável por se obter o contrário do que se pretendia. Ocorre frequentemente num país, como o nosso, em que o povo tem, entre suas principais características de personalidade, a capacidade de ser sensível e solidário aos que sofrem física e moralmente, inclusive invertendo os sentimentos sobre autores e vítimas e avultando as contradições e os paradoxos que cometem. O rescaldo do pleito eleitoral também é farto em quantos aspectos que analistas e pesquisadores pretendam recolher, principalmente, no campo das promessas de soluções para problemas impossíveis de resolver e compromissos sem nenhuma chance de serem cumpridos, seja por impossibilidades logísticas ou por estarem fora da alçada de competência dos cargos a que se candidataram. Em pleno agreste, desprovido de cursos d´água, candidato prometeu que ali construiria uma ponte, mas, alertado para a falta de rio no local, logo acrescentou que, quando reeleito, construiria o rio que a ponte atravessaria. Houve o tempo em que os governantes prometiam construir estádios, alguns prometidos inclusive onde sequer havia futebol. Político mineiro, famoso por servir a regimes ditatoriais e períodos considerados democráticos, somente não exercendo a Presidência por haver morrido antes da posse, pregava a necessidade de dois programas de governo, sendo um como candidato e outro, se eleito, para governar. Ficou famoso na história da política mundial o comentário do estadista francês Charles de Gaulle de que “como o político não acredita no que diz fica surpreso quando os outros acreditam”. Alguns por conhecimento, outros por coincidência seguem o ensinamento expresso por Maquiavel há mais de 500 anos, segundo o qual, para salvar o Estado, um governante deveria saber “não ser bom”, mentindo ou parecendo piedoso se a situação exigisse”. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia A vida como ela é 07.09.25 8h00 Linomar Bahia Nova ordem 30.08.25 8h00 Linomar Bahia Que histórias serão contadas? 24.08.25 8h00 Linomar Bahia Entre dúvidas e incertezas 27.03.25 17h48