LINOMAR BAHIA

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Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Promessas amazônicas

Linomar Bahia

Candidatos de todas as campanhas e discursos, na busca de votos, já esgotaram todo o arsenal de promessas, raramente concretizadas, de acabar com a pobreza, promover desenvolvimento e gerar emprego e renda. Também desgastaram prometidas soluções para os graves problemas da educação, saúde e segurança, que somente se agravam, enquanto o Brasil padece nas últimas colocações do ranking educacional, sofre das doenças provocadas pela falta de saneamento básico e se inscreve entre os maiores índices de violência, sendo, consequentemente, o terceiro país no mundo em população carcerária.

Nesta campanha, a procura de novos apelos populares passou a desafiar a argúcia dos marqueteiros de candidatos, entre novas palavras associadas a reivindicações sociais, capazes de soarem bem aos ouvidos do eleitorado. Fazem jus à máxima cunhada, já no século XIX pelo político prussiano Otto von Bismark, de que "Nunca se mente tanto, como antes de uma eleição, durante uma guerra e depois de uma caçada". E o estadista francês Charles de Gaulle, ele mesmo acusado de muitas mentiras antes e durante o governo, dizer que “Como um político nunca acredita no que diz, fica surpreso quando acreditam”.

A Amazônia parece despontar entre as preferidas ao constar de 16 programas apresentados por presidenciáveis. O potencial amazônico deixa de ser visto exclusivamente pelas riquezas naturais, passando a ser considerado também como reserva de votos dos cerca de 30 milhões de habitantes. Rompem os séculos de espoliação do bioma e do contrabando da essência do pau rosa para os famosos perfumes franceses, seringueiras para a Ásia, que pôs fim rico ciclo da borracha dos anos 1880/1910 restando apenas vestígios daquele fausto, como o Teatro da Paz e o Teatro Amazonas. 

Propostas dos candidatos ao próximo pleito se juntam às demais apresentados em várias oportunidades. Houve quem propusesse a descentralização administrativa e orçamentária do governo federal, com uma vice-presidência executiva, para dar tratamento coerente com as peculiaridades regionais. Zonas francas e ZPEs não vingaram ou tiveram os rumos alterados para sobreviverem. Iniciativas mal sucedidas abriram espaço para loucuras como o “grande lago amazônico” do futurólogo Herman Kahn, do “Hudson Institute”, que inundaria mais da metade da região, inclusive parte de Manaus. 

Promessas amazônicas eleitorais de agora destinadas, como as anteriores, a ficarem somente nas falácias enganosas, trazem à lembrança uma pretensão nascida em 1953 no governo Vargas como SPVEA, a Superintendência de Valorização Econômica da Amazônia de triste memória. Morreu, foi ressuscitada e sobrevive como SUDAM, reeditando outras nascidas e também desfiguradas. Ampliou artificialmente a área geográfica, com uma tal “Amazônia Legal” e interpretaram a gosto artigos da lei, gerando uma Amazônia de corrupção e enriquecendo muitos e empobrecendo ainda mais a região e o seu povo. 

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