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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Pesquisas em questão

Linomar Bahia

Para o que servem as pesquisas? Nas ciências, têm infinitas utilizações, na produção de medicamentos, em alimentos, controles de doenças e para a melhoria da qualidade de vida. Em consultas à opinião pública, pesquisas têm servido também para divergências e polêmicas. Supostas flexibilizações lhes têm valido acusações de manipulação e suspeitas de tendenciosidade contra ou a favor, de alguém ou de algum interesse, justificadas em margens de erro e atribuídas às técnicas e natureza de amostragens. Propiciam “zoeiras”, como do presidente Itamar Franco, que as comparou a um biquíni feminino, ao mostrar o supérfluo e esconder o essencial, acrescentando que os números, embora não mintam, podem ser produzidos por mentirosos. 

Há quatro meses da eleição de 2 de outubro, aumenta a temperatura das disputas entre candidatos e a expectativa sobre quem serão os vencedores e perdedores. Além dos candidatos aos mandatos postos à escolha do eleitorado, os institutos de pesquisas passam por um conflito na relação com o eleitorado, como nunca antes em eleições no país, depois que passaram a ter a credibilidade questionada pelos equívocos no pleito presidencial de 2018. Percentuais atribuídos a candidatos revelaram discrepâncias tão diversas com o desfecho nas urnas, que arriscam ter comprometido para sempre seus responsáveis, por isso, submetidos a uma espécie de prova final na eleição deste ano, quando os resultados que vêm apontando estão sendo questionados.

Como recordar é viver, desafiando o conceito de que o brasileiro tem memória curta, pesquisas que antecederam aquele pleito sequer registravam o candidato que viria a ser eleito. Contestações aos números apresentados nos últimos meses lembram, por exemplo, que em 28 de setembro de 2018, há apenas nove dias da realização do primeiro turno, diziam que Fernando Haddad venceria, com 45% das preferências, enquanto Jair Bolsonaro, que teria 39%, perderia para todos no segundo turno, mas, no entanto, foi o vencedor. Tais incongruências estão embasando, nestes meses que antecedem a próxima disputa eleitoral, os questionamentos sobre os resultados que têm exibido, contrastando entre pesquisas quanto com manifestações nas ruas. 

Parece difícil, senão impossível, convencer analistas e políticos, inclusive os militantes das candidaturas favorecidas, que um candidato seguido por milhares onde quer que vá, esteja em tão expressiva desvantagem em relação ao outro, acusado de não reunir números significativos, hostilizado em aparições e forçado a cancelar eventos por ausência de partidários. Há quem considere que os percentuais têm reduzido as diferenças, ajustando os números para a realidade que imaginam sair das próximas urnas, contrariando os números das pesquisadoras. Assim, o próximo pleito terá esse algo mais, ou consolidando o questionamento que os institutos vêm sofrendo ou lhes restabelecendo a credibilidade, fundamental à própria sobrevivência. 

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