LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Para onde vamos?

Linomar Bahia

Essa pergunta volta a ser renovada nestes dias que antecedem a mais um pleito eleitoral, entre os tantos que têm resultado praticamente no mais do mesmo nos problemas brasileiros. A versão da latina “quo vadis” se assenta à situação do País tanto quanto já se apresentava em passagem bíblica, no questionamento de Jesus por não lhe perguntarem aonde ia, quando dizia apenas estar indo “até aquele que me enviou”. Também consta dos "Atos dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo” obra do século III de autor desconhecido, mas popularizada no filme estrelado por Robert Taylor e Deborah Kerr de 1951.

Tantos séculos depois, novamente o País se vê diante de pergunta tão desafiadora das respostas, que se perdem nas mesmas promessas raramente cumprida de sempre e as opções disponibilizadas à votação não animam a solução dos problemas que se arrastam há décadas. Pelo contrário, somente se agravam, mantendo o Brasil estigmatizado como o “País do Futuro”, com que o escritor judeu-austríaco Stefan Zweig traduziu a sua crença nas perspectivas que imaginava, pelas riquezas que vira no final da metade do século XX, enquanto fugia do nazismo percorrendo várias regiões até se radicar em Petrópolis.

Entre uma pergunta inevitável e as dificuldades em responder, ficamos condicionados ao pensamento expendido por Séneca, segundo o qual “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve", frase inserida no clássico “Alice no País das Maravilhas”, como resposta à heroína, na cena em que, diante da bifurcação viária, ela não sabe aonde ir. Por menos pessimista, é difícil algum prognóstico sobre como será o amanhã no País, quando se reflete sobre o passado e o presente de candidatos empenhados em repetir propostas desgastadas, em que, como Charles de Gaulle dizia, nem eles acreditam.

Aristóteles dizia que "Cada povo tem o governo que merece", repercutida na constatação de que, se o eleitorado é capaz de discernir entre o bom e o mau, a representação política também será boa ou má, razão de frequentes questionamentos quanto à qualidade e a escolaridade do eleitorado, sequer capaz de recordar em quem votou, sofrendo as consequências nos quatro anos seguintes. Saudoso político dizia que o problema é o tempo, consumido em resolver os seus problemas, os problemas da família, e os problemas dos amigos, não sobrando tempo para resolver os problemas do povo.

Estamos na sétima Constituição Federal, classificada como “cidadã” em 1988, mas revelando nem tanto, nas oportunistas interpretações e aplicações a gosto dos interesses e circunstâncias. Experimentamos ditaduras, tivemos um ensaio frustrado de parlamentarismo. A fase atual seria governo de coalizão, mas animosidades e dissensões têm contrariado a harmonia preconizada por Charles de Montesquieu na teoria da tripartição do Poder. Nada que permita vislumbrar para onde vamos, já que não se pode mudar o povo e, por isso, não mudará a classe política, continuando tudo como sempre esteve. 

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