“Medusa” à brasileira Linomar Bahia 22.05.22 8h00 Com quantas cabeças se faz uma eleição que, no Brasil, costuma rimar com confusão? Em condições normais, deveriam ser apenas as cabeças que representam a estrutura judiciária responsável pela realização do pleito, dos concorrentes aos postos disponibilizados à preferência dos eleitores e dos habilitados ao exercício do voto obrigatório. Entretanto, há tantos e oportunistas atores internos nas ramificações partidárias informais e palpiteiros de ocasião, com maior ou menor influência, fazendo lembrar a “Medusa”, a personagem da mitologia grega, antes bela e sedutora, com seus lindos cabelos encaracolados, depois transformados em serpentes horripilantes, para uso conforme as conveniências e circunstâncias a que devem se prestar. Versão brasileira simbólica do monstro mitológico retrata o que está acontecendo na vida política e institucional no país, transformando o período pré-eleitoral em perigoso serpentário, onde se multiplicam cobras criadas, dotadas de venenos com letalidade capaz de fazer temer como poderá ser o clima predominante antes, durante e depois da abertura das urnas e na proclamação dos eleitos. Os “Perseus” de agora poderão tanto utilizar as cabeças de suas “Medusas” como troféus de conquistas nos terrenos em que militam, como empunhar o órgão decapitado sob a forma de escudo protetor, reproduzindo nos campos de batalha eleitoral o simbolismo da capacidade de petrificar quem ousar lhe fixar o olhar, naquilo atualmente tipificado como “assédio”. Vale a pena uma visita aos anos 1550, onde o poeta romano Ovídio descreve haver sido “Medusa” uma bela donzela, sacerdotisa no templo de Atenas, “desejada por muitos pretendentes, mortais e imortais”. Passou a acreditar ser mais bela do que a deusa “Atena” que, inconformada, transformou os belos cabelos em serpentes e deixou seu rosto tão horrível, que a simples visão dela transformaria em pedra todos que a olhassem. Enquanto esperava um filho de Poseidon, o “Deus dos mares”, teria sido decapitada pelo herói Perseu, cumprindo missão do rei Polidetes de Sérifo, ao trazer sua cabeça como presente que, separada do pescoço, produziu o cavalo alado “Pégaso” e o gigante dourado “Crisaor”, passando a ser utilizada por “Atena” como escudo. Qualquer semelhança entre pessoas e fatos de agora e de antes, poderá não ser mera coincidência, quando se avalia o cenário e encontramos tantas cabeças e múltiplas serpentes, envenenando candidaturas e contaminando os procedimentos a favor e contra quase tudo, dependendo da visão que convêm do copo “meio cheio”, ou “meio vazio”. Tudo quanto estimula os prognósticos de uma campanha, eleição e desfechos tão imprevisíveis e nunca vistos, marcados por traições, golpes baixos e tantas outras formas existentes e por inventarem, artes no que a atividade política e seus protagonistas e coadjuvantes são especialistas, nos atos e práticas característicos de cobras engolindo cobras, podendo vencer quem tiver a “Medusa” mais venenosa. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Os “xis” das questões 26.04.24 11h56 Linomar Bahia Acerto de contas 26.04.24 11h48 Linomar Bahia Bode expiatório 26.04.24 11h25 Linomar Bahia Aonde vamos? 12.03.24 16h46