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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Agora, o depois da CPI

Linomar Bahia

Responda, quem puder, que destino terá o calhamaço de 1.288 páginas do relatório oficial da "CPI da pandemia", arrolando 80 pessoas e remota esperança de que tenha alguma consequência prática e benéfica ao país, que justifique os milhões do dinheiro público que falta ao básico, tempo e materiais utilizados? Começou questionada por não cumprir a exigência constitucional do "fato determinado", acusação de parcialidade na composição majoritária por oposicionistas, tumultuadas sessões e encerrada com suposições sem provas, a serem buscadas por tortuoso desdobramento policial-judicial. 

Até a barulhenta proposta e funcionamento da CPI, era consenso que comissões dessa natureza tinham em comum a peculiariedade de ser sabido como começava, mas ninguém poderia prever como iriam terminar, a exemplo do que já ocorrera anteriormente com dezenas delas, instauradas desde a redemocratização, das quais apenas sete tiveram algum desfecho objetivo e repercussão positiva para o país. Outras quase três dezenas, somente consumiram recursos públicos, quase mendigados pelos brasileiros, apenas atendendo à promoção dos participantes e chegarem ao fim que ninguém sabe nem vê.

Essa CPI superou as expectativas, como a primeira que mal se sabia como começava, mas se sabia que não chegaria a lugar algum, evidenciando apenas intenções de responsabilizar o governo pelas mortes na pandemia e possíveis atos de corrupção, na aquisição de equipamentos e medicamentos para a covid. Ao mesmo tempo, rejeitavam propostas de envolvimento de correligionários e promoviam a exaltação ideológica e suas candidaturas nos estados dos integrantes, acentuados na exclusividade da abordagem somente dos fatos e depoimentos adequados aos interesses dos respectivos grupos.

Emissoras exibiram as cenas de que os fins justificam os meios, nos estímulos aos depoimentos favoráveis e na distorção de pronunciamentos e constrangimento de depoentes contrários, inclusive abandonando sessões. A tendenciosidade também se revelava na rejeição tácita, pela maioria oposicionista, das propostas contrárias aos seus interesses, como as negativas em investigar governantes acusados do desvio dos bilhões federais para combate à pandemia, consignados nos também rejeitados relatórios paralelos e omitidos no relatório final, que os governistas acusavam estar em gestação desde antes. 

Enquanto se contabilizam "prós" e "contras" da CPI, especialistas em procedimentos investigatórios se perguntam o que vai acontecer, inclusive nada, pela impropriedade das acusações, prerrogativas de arrolados e diversificação dos fatos e personagens. Como a montanha nem o rato pariu, restam lamentar o tempo desperdiçado e o rico dinheirinho consumido, principalmente os mais de um milhão e setecentos mil reais gastos pelos 18 senadores, quesito em que o presidente Omar Aziz, o vice Randolfo Rodrigues e os oposicionistas  Eduardo Braga e Humberto Costa estão entre os cinco primeiros que mais gastaram.

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