LINOMAR BAHIA

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Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

A arte da guerra

Linomar Bahia

Responda, se souber, quem saiu vitorioso e quais os derrotados com as manifestações do emblemático 7 de setembro, contemporizadas pelas desculpas presidenciais, desdizendo tudo quanto fora dito três dias antes e avultadas pelos efeitos do vazio das ruas oposicionistas no domingo seguinte? Muitas poderão ser as respostas, moldadas conforme os interesses e conveniências da motivação de cada grupo, tangenciando o misto de surpresa, frustração e desalento de todos os matizes envolvidos. Desafiam cientistas e analistas políticos a refletirem sobre os fatos e suas repercussões, principalmente considerando o descontrole dos antagonistas de sempre, à revelia dos reais interesses nacionais e das dificuldades de vida dos brasileiros.

Agressividades verbais e ameaças veladas, seguidas de uma calmaria calculada, trouxeram à memória os ensinamentos estratégicos que transformaram o manual de ações militares "A arte da guerra" em espécie de bíblia de cabeceira do mundo dos negócios e na vida pública, amplamente utilizada por executivos, esportistas e ativistas políticos. Sua autoria é atribuída por alguns ao guerreiro chinês Sun Tzu, que teria existido 500 anos antes de Cristo, mas também inserido entre provérbios romanos quando diz, em latim, “Si vis pacem, para bellum” ou “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”, do autor latino, Publius Flavius Renatus, classificado como tratado de estratégias militares sobre como evitar uso da força e atacar a fraqueza.

Pelo critério de antiguidade, deve ser creditada ao comandante chinês a primazia dos ensinamentos, classificando as citações posteriores como "variações sobre o mesmo tema", mesmo as verbalizadas por filósofos como Sócrates muitos séculos depois. Suas teses consolidam experiências extraídas de vitórias militares, ensinando, por exemplo, que se deve "vencer sem lutar e que o primeiro inimigo a enfrentar é vencer a si mesmo. Ou, "Conheces teu inimigo e conhece-te a ti mesmo; se tiveres cem combates a travar, cem vezes serás vitorioso. Se ignoras teu inimigo e conheces a ti mesmo, tuas chances de perder e de ganhar serão idênticas. Se ignoras ao mesmo tempo teu inimigo e a ti mesmo, só contarás teus combates por tuas derrotas".

Em uma de suas falas diárias, o presidente Bolsonaro emprestou ênfase especial ao carro-chefe de Sun Tzu, segundo o qual quem deseja a paz, deve se armar para a guerra. O tom das palavras dos palanques de Brasília e de São Paulo no "Dia da Pátria" e, dois dias depois, a suavidade da carta de desculpas às pessoas e instituições atingidas pelos ataques, mostraram que poderão não constituir mera coincidência com as lições de "A arte da guerra", as declarações belicosas  e a sinalização de paz entre os homens e instituições, num campo minado pelo impacto das palavras, quanto pela contradição política e conflitos de interesses, que  fragilizam as oposições, evidenciados no fiasco das manifestações logo no domingo seguinte. 

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