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CARLOS FERREIRA

Jornalista, radialista e sociólogo. Começou a carreira em Castanhal (PA), em 1981, e fluiu para Belém no rádio, impresso e televisão, sempre na área esportiva. É autor do livro "Pisando na Bola", obra de irreverências casuais do jornalismo. Ganhador do prêmio Bola de Ouro (2004) pelo destaque no jornalismo esportivo brasileiro. | ferreiraliberal@yahoo.com.br

O Re-Pa e o jornalismo esportivo na minha vida

Carlos Ferreira

Demorei a decidir a forma como deveria homenagear o Re-Pa neste aniversário. Resolvi trazer o pronome para a primeira pessoa do singular (eu) e contar uma história pessoal. Me permitam! Criança, com sete anos, na zona rural de Castanhal, ouvi acaloradas discussões de adultos sobre Remo x Paysandu. Aqui me encantou. Passei a ouvir no rádio os noticiários e as transmissões de futebol. Nasceu a paixão pela comunicação. Cedo eu já tinha o sonho de fazer jornalismo esportivo. Aos 15 anos eu já era repórter de uma Rádio clandestina (Pioneira). Aos 17, repórter da Rauland Castanhal. Aos 56, sigo nessa estrada para a qual a rivalidade Leão x Papão me guiou. Sou um privilegiado por ter prazer no trabalho. Sou grato ao Re-Pa, e reverencio o clássico aniversariante que hoje completa 106 anos, com vigor para outros tantos séculos. 

Na Paraíba o Remo tem as cores do Paysandu

Você consegue imaginar o Leão com as cores do Papão? Saiba que existe. É um clube formador, em Campina Grande. Do Remo paraibano saíram grandes jogadores: Marcelinho Paraíba, Huck, Fábio Bilica, Dário e outros. O Remo de Campina Grande já tem quatro décadas. Foi fundado há quatro décadas pelo paraibano Manoel Firmino de Souza, falecido, torcedor do Leão Azul. Porém, as primeiras camisas que recebeu em doação tinham as cores do Paysandu. As cores foram mantidas e Campina Grande ganhou o seu Leão bicolor, hoje comandado pelo jovem Josa, filho do fundador.

BAIXINHAS

*Em conversa com o colunista, Josa falou do sonho de ser amparado pelo Clube do Remo de Belém, pelo menos com o material esportivo, para uma parceria. Nas suas quatro décadas, o Remo paraibano teve revelações muito mais importantes que o Remo paraense, a começar por Huck e Marcelinho Paraíba.

*O mais rico e o mais pobre dos Re-Pas na era profissional. O menor público, segundo o pesquisador Orlando Ruffeil, foi em 1984, num 0 x 0 pela Taça CBF (2ª divisão nacional), com 2.068 pagantes. O maior de todos foi em 1979, quando 59.613 torcedores pagaram para ver a estreia de Darío no Papão (1 x 1), duelando com o também goleador Bira, ídolo remista.

*Paulo Benedito Braga, o Quarentinha, é imbatível no recorde de jogos no estádio da Curuzu e nos 106 anos de história do Re-Pa, embora os dados ainda não tenham sido apurados. Afinal, foram 18 anos como titular do Papão. Um cracaço que, ainda garoto, o Remo dispensou o Paysandu abraçou.

*A rivalidade ferrenha já levou Remo e Paysandu a decisões insensatas que custaram caro. Em 2015, o Papão fez um contrato de três anos para Bruno Veiga, com salário fora da realidade regional, para que o atacante não fechasse com o Remo. Bruno Veiga foi brilhante no Papão em 2014, mas voltou caricato. Não jogou nada, já ganhou uma fortuna e quer mais R$ 1 milhão na Justiça do Trabalho.

*Os clubes se omitiram neste aniversário do Re-Pa, mas a coluna deixa sua homenagem registrada, com saudações aos azulinos e aos bicolores: duas nações, duas grandes paixões.
 

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