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Círio 2022: corda retorna depois de dois anos e emociona promesseiros

Algumas pessoas tiveram que dormir de sábado (8) para domingo (9), para conseguir um cantinho perto da Virgem de Nazaré

Saul Anjos

A corda, um dos símbolos do Círio de Nazaré, retornou as ruas da capital paraense depois de dois anos da pandemia. Desde sábado (8), diversos devotos da Virgem de Nazaré acamparam na Boulevard Castilhos para conseguirem o lugar mais próximo da imagem peregrina. Durante a Grande Romaria, no domingo (9), um dos momentos mais desafiadores é quando o núcleo da berlinda é atrelado a corda. Apesar do sufoco, o trabalho dos Guardas de Nazaré foi concluído com sucesso.

Logo antes do atrelamento, alguns familiares se reuniram para acompanhar a saída da Santa depois da missa na Catedral da Sé, que iniciou às 6h em ponto e finalizou uma hora depois. Como foi o caso de David Santos, 41 anos, mora no bairro da Marambaia, e estava acompanhado de outros nove parentes.

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Sentada num banco e rodeada de familiares, a idosa Iêda Santiago, 80 anos, participa do Círio há pelo menos 20 anos, com a tradição de entregar pequenas imagens para os fies que passam pela Praça Dom Pedro II. “Tudo por gratidão. Faço isso há 20 anos (entregas das Santinhas). Filhas, netos, genras, sempre trago. É tudo na minha vida (Círio 2022). Tudo que Deus me dá, por intermédio de Maria”, disse a idosa enquanto entregava os presentes aos fies.

Natural de Curitiba, Kleberson Isensee, 42 anos, se mudou para a capital paraense há mais de um ano. O primeiro contato que ele teve com o Círio foi na Trasladação de sábado (8). Ele ficou encantado com a fé do povo paraense e decidiu participar da corda já na madrugada de domingo (9). “Primeira vez participando do Círio. Ontem (sábado) assisti a Trasladação. Estou morando aqui só há um ano e oito meses. É a primeira vez que sinto essa energia inexplicável. Nessa madrugada (domingo), eu quis já viver a intensidade (..) me contagiou de uma maneira (...) inexplicável. Consegui ficar na primeira estação. Estou feliz demais. Só estando aqui para entender. Nada se compara a se arrepiar aqui”, declarou o bancário.

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Promesseira dormiu no local

Deitada num tablete de papelão, Maria Cleane Chagas, participa há oito anos da corda para como forma de agradecimento a Virgem de Nazaré. Ela tem um filho de 13 anos quem foi diagnosticado com cegueira ao nascer. A mulher não esconde a emoção ao ver a Virgem de Nazaré e ter conseguido um lugar na primeira estação da corda. “Ele não tem nenhum problema de vista até hoje. Participo da corda há oito anos e vou permanecer até ele completar 18. É uma emoção grande. Não tem como eu falar. Só como sentir”, chora. “Meu filho foi diagnosticado com cegueira. Mas nunca teve nada”, contou Maria que estava alojada na Boulervard Castilhos França desde 19h30 de sábado.

Atrelamento ao núcleo da berlinda

Desde de 6h30, Guardas de Nazaré e devotos rezavam pela Padroeira dos Paraenses, para que tudo ocorresse bem. Ao escutarem o badalar dos sinos da Catedral da Sé, que indicava que a imagem peregrina estava dentro da berlinda, os fies celebraram de felicidade.

Thiago Menezes, diretor de eventos da Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), afirmou que a procissão iria ocorrer de forma tranquila. “É um ano de retomada. Toda população estava bastante sedenta do nosso Círio. Tenho certeza que as expectativas são as melhores. Ontem (sábado) tivemos uma Trasladação bem tranquila, com a chegada dentro do esperado. Hoje (domingo) não vai ser diferente”, declarou Thiago.

Os relógios marcavam 7h55 quando o núcleo da berlinda foi atrelada a corda. Apesar do momento de tensão, a ação demorou menos quase cinco minutos para que a Virgem de Nazaré pudesse andar por Belém.

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