Sistema de delivery pode passar por revolução com bicicletas a hidrogênio
Cooperação Brasil-Alemanha testa combustível verde que dá autonomia de 150 quilômetros a veículos

O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ) inaugurou nesta sexta-feira (11) uma planta-piloto de produção de hidrogênio verde. Essa iniciativa é fruto da colaboração entre a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável e pode revolucionar o setor de mobilidade urbana.
A professora Andrea Santos, coordenadora do projeto e do Laboratório de Transporte Sustentável (LabTS), ligado ao Programa de Engenharia de Transportes da Coppe, explicou que a energia utilizada para produzir o hidrogênio provém de fontes renováveis. Através do sistema solar fotovoltaico, a Coppe adotará a eletrólise da água, processo realizado por um eletrolisador que separa os gases, gerando o hidrogênio (H2).
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O resultado desse processo é particularmente limpo, conforme explicado pela professora Andrea. O hidrogênio verde não produz poluentes e é acompanhado pela liberação de oxigênio e vapor d'água. A aplicação desse hidrogênio na Coppe será direcionada para pesquisas nas áreas de energia e transporte.
No campo do transporte, o projeto da Coppe está explorando a micro mobilidade por meio da pesquisa com bicicletas a hidrogênio. Essas bicicletas estão passando por testes de autonomia, usando cilindros de hidrogênio de dois litros que concedem uma incrível autonomia de 150 quilômetros. Comparativamente, bicicletas elétricas possuem autonomia de cerca de 15 quilômetros. A bicicleta a hidrogênio representa uma alternativa mais saudável para o meio ambiente, pois não depende de baterias de lítio, que trazem preocupações ambientais significativas.
O impacto potencial dessa tecnologia é notável, como observou a professora Andrea Santos. Essas bicicletas movidas a hidrogênio verde poderiam revolucionar o setor de entregas, permitindo que os entregadores trabalhem por vários dias consecutivos sem interrupções. Além disso, a tecnologia tem aplicações mais amplas, incluindo o uso em drones e na aviação. Os pesquisadores da Coppe estão considerando projetos futuros que envolvem a captura de hidrogênio verde em baixa pressão para a produção de combustíveis mais sustentáveis e a transformação de etanol em produtos de maior valor econômico e industrial. A colaboração Brasil-Alemanha abre portas para um futuro mais sustentável e inovador no campo da energia e mobilidade.
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