Professor denuncia loja de brinquedos que colocou boneca macaca ao lado de boneca negra

Um professor publicou um vídeo nas redes sociais onde faz uma denúncia contra uma loja de brinquedos localizada em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. Segundo o denunciante, a loja colocou na vitrine uma boneca macaca ao lado de uma boneca negra. Na imagem, feita pelo professor, é possível ver quatro bonecas em uma cesta exposta na vitrine, onde há duas bonecas brancas, uma boneca macaca e uma boneca negra, seguindo esta ordem.

"Parear uma criança preta com um macaco é cruel demais! Por meio desse símbolo, a criança negra internaliza sua posição como subalterna e crianças brancas são incentivadas a reproduzir o negro como um animal, um inferior”, disse o professor Moisés Machado no Instagram.

A loja de brinquedos Gamelândia afirmou, por meio de nota via Instagram, que apenas organizou a vitrine com as bonecas, mas não com a intenção de promover o racismo.

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Após a repercussão, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) abriu um inquérito para investigar o caso.

Posicionamento do shopping

Com a proporção que o caso tomou, o shopping se posicionou nas redes sociais e ao portal G1. "Já acionamos o lojista, responsável pela vitrine, e o brinquedo já foi retirado do berço com os outros bonecos. Vale ressaltar que não temos gerência sobre as vitrines das lojas, mas reforçamos nosso compromisso com o respeito, a pluralidade e a diversidade".

"O Botafogo Praia informa que não tolera nenhuma forma de preconceito e esclarece que, assim que tomou conhecimento, entrou em contato com o lojista para a retirada do brinquedo. O shopping reforça que o boneco já foi retirado da vitrine e ressalta que está em constante revisão dos seus processos para garantir o compromisso com o respeito, a pluralidade e a diversidade e evitar que situações como esta voltem a se repetir."

Loja de brinquedos também publicou uma nota no Instagram

Já a loja Gamelândia Brinquedos, responsável pela vitrine denunciada, alegou que nunca houve a intenção de promover qualquer tipo de ato racista. A loja salientou que é conhecida por oferecer produtos artesanais de alta qualidade e que o objetivo sempre foi proporcionar peças únicas sem distinção de raça ou origem.

Caso viralizou nas redes sociais

Nas redes sociais, alguns usuários disseram ter visto a mesma composição em outras filiais. Outros criticaram a atitude da loja de brinquedos. "Na loja do Nova América tb tem! Acabei de ver!", disse uma usuária. "Nas lojas Magal do Méier também tem. Eu fui lá com uma amiga para falar com gerente e pedir para retirar. Estava junto com as bonecas brancas! Eles mudaram de lugar, mas não retiraram. Mandamos mensagem para a fabricante, falamos com a ouvidoria e continuam trabalhando com esse produto. Agora é fazer queixa formal na delegacia", disse outra mulher.

"Gente, mas não se há um minuto de paz !!! Pelo amor de Deus onde esse mundo vai parar? Não é possível que a loja, os fabricantes, os shoppings, não saibam que r@c¡sm0 é CR¡M& !!!!!"

"Racismo recreativo, depois como conseguir que nossas crianças se aceitem".

Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de Oliberal.com