Preço do petróleo cai ante tarifas dos EUA
O barril de Brent do Mar do Norte, para entrega em setembro, caiu 0,97%, para 72,53 dólares

Os preços do petróleo recuaram nesta quinta-feira (31) após uma sequência de sessões em alta, em um mercado onde os operadores demonstram preocupações com a demanda na véspera da entrada em vigor de uma nova rodada de tarifas pelos Estados Unidos.
O barril de Brent do Mar do Norte, para entrega em setembro, caiu 0,97%, para 72,53 dólares.
Já o seu equivalente americano, o West Texas Intermediate (WTI), para entrega no mesmo mês, recuou 1,06%, para 69,26 dólares.
A poucas horas da entrada em vigor — à meia-noite — das novas tarifas impulsionadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poucos países conseguiram chegar a acordos com Washington para evitar um aumento maior nas taxas, atualmente fixadas em 10%.
Como consequência, os operadores ainda têm "muitas perguntas, principalmente em relação ao Canadá e ao México, os dois principais parceiros comerciais" dos Estados Unidos, comentou à AFP o analista Robert Yawger, da Mizuho USA.
Trump anunciou nesta quinta-feira que adiou por 90 dias o aumento tarifário sobre o México, país que ele havia ameaçado com tarifas de até 30%.
Por outro lado, o Canadá parece estar na mira do presidente republicano, depois que ele afirmou nesta quinta-feira, em sua rede Truth Social, que a intenção declarada de Ottawa de reconhecer o Estado da Palestina complica as negociações.
"Torna muito difícil para nós concluir um acordo comercial com eles", afirmou.
A falta de um acordo com o Canadá pode "representar um problema, especialmente para as refinarias americanas", indicou Robert Yawger, já que os Estados Unidos compram "quatro milhões de barris de petróleo por dia".
Além disso, a imposição de tarifas significativas à Índia ou ao Brasil, ou sobre o cobre, pode desacelerar a economia global e reduzir a demanda por petróleo.
"Outro vento contrário se aproxima rapidamente no horizonte", acrescentou Yawger, referindo-se à reunião de domingo dos oito membros da OPEP+ com seus aliados.
Segundo as expectativas do mercado, o grupo deve aumentar novamente suas cotas de produção para setembro, adicionando mais de 500 mil barris diários.
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA