Poliomielite: novo caso na África coloca o Brasil em alerta; entenda

No Pará, a cobertura vacinal é considerada baixa

Camila Guimarães / Especial para O Liberal
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A poliomielite, doença infecciosa viral, é considerada erradicada no Brasil desde 1994. Contudo, o surgimento de um novo caso em Malawi, na África, depois de mais de cinco anos sem registro, coloca o mundo novamente em alerta. No Pará, a cobertura vacinal não chega a 50%, segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI).

A poliomielite, também chamada apenas de pólio, é causada pelo poliovírus, que pode ser transmitido por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca de pessoas infectadas, podendo provocar paralisia. A doença é a principal causa de paralisia infantil, por isso, ela é combatida desde cedo por meio da imunização.

A vacina contra poliomielite é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Plano Nacional de Imunização (PNI) de duas formas: a Vacina Oral Poliomielite (VOP) ou Sabin, também conhecida como a vacina da gotinha; e a Vacina Inativada Poliomielite (VIP) ou Salk, administrada por via intramuscular.

A versão inativada é indicada no cartão de vacinação infantil para crianças aos 2, 4 e 6 meses de idade. Já a vacina atenuada, que é administrada em gotas por via oral, é indicada aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

 

Um caso notificado é suficiente para indicar a circulação do vírus e preocupar autoridades

A imunização em escala global foi a responsável por limitar a pólio na maior parte do mundo. Hoje, a doença é considerada endêmica no Paquistão e no Afeganistão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas cinco casos foram registrados em todo o mundo em 2021.

Entretanto, o cenário brasileiro tem apresentado queda na cobertura vacinal nos últimos anos, conforme apontam os dados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI): a cobertura em 2021 foi de 67,66%, mas apenas 52,49% das crianças chegaram à dose prevista para os 4 anos de idade. Nas regiões Nordeste e Norte, a situação é ainda pior, com percentuais de 42% e 44% para a imunização completa, respectivamente.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, o cenário atual preocupa, pois foi devido à baixa imunização que o sarampo voltou a ter aumento de casos no país, em 2018. Ele destaca que, assim como na covid-19, parte dos infectados pela poliomielite fica assintomática, o que torna casos sintomáticos detectados ainda mais preocupantes:

“Oitenta por cento das pessoas que se infectam com a pólio não têm nenhum sintoma. Então, se foi identificado um caso que levou à doença pólio, significa que provavelmente no Malawi está ocorrendo uma circulação do vírus. Onde tem um caso já é muito preocupante", disse Cunha.

Para garantir a proteção do país, o presidente da SBIm explica que é necessário reforçar a importância do esquema vacinal completo: "Apesar de as pessoas não conhecerem a pólio, porque foram vacinadas, a doença ainda existe e tem risco de voltar. Temos que passar esse recado e o recado de confiança na vacinação, que não tem sido passado por governantes, instituições e até profissionais de saúde, em especial para a vacina da covid-19, mas isso acaba impactando todas as vacinas", declara.

 

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