Polícia investiga pai adotivo que produzia pornografia e entregava crianças para pedófilos

Investigações mostram que o pai adotivo dirigia e compartilhava os filmes pornográficos em rede de pedofilia

Carolina Mota

Um vídeo no qual um enfermeiro abusa sexualmente de um menino de nove anos, em 2019, ajudou a Polícia Civil de São Paulo a descobrir um esquema de pedofilia organizado pelo pai adotivo da criança que aparece nas imagens.

José Aparecido da Silva, de 48 anos, foi preso temporariamente na última segunda-feira (11), em São Vicente. Ele é o enfermeio que aparece no vídeo estuprando a criança, cujo filme foi feito pelo pai da vítima, que adotou ela e um irmão dois anos mais velho há cerca de sete anos.

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A prisão do enfermeiro resultou da quebra do sigilo telefônico do pai do garoto, um cadeirante cujo nome não foi informado e contra o qual há um mandado de prisão temporária em aberto. Ele está foragido.

Abusos

O cadeirante adotou os dois irmãos quando ambos tinha seis e oito anos. O homem mantinha uma relação de mais de dez anos com um rapaz, que desconhecia os abusos. A relação deles acabou há cerca de um ano.

Após as adoções, feitas legalmente, a família se mudou para São Roque, cidade no interior paulista onde as crianças teriam sido abusadas sexualmente por terceiros, sob a supervisão do pai adotivo.

Segundo a investigação, ele se aproveitava das ausências do companheiro em viagens para produzir conteúdo de pornografia infantil com os próprios filhos. A prática teria durado até 2019, quando a família se mudou para Barueri e o filho mais velho foi morar com um parente em outro estado.

Rede de pedofilia

Os vídeos eram compartilhados em uma rede de pedofilia encontradas em todo o Brasil e no exterior, onde os abusadores eram atraídos pelo pai dos garotos.

Um desses criminosos negociou com o pai dos meninos, por meio de mensagens, que queria ter relações sexuais com o mais novo e pediu fotos do menino sem roupa.

Assim que recebeu as imagens, o interlocutor afirmou que não era pedófilo e ameaçou denunciar o pai adotivo do garoto à polícia caso ele não fizesse transferência de dinheiro via. O pai do menino fez o pagamento com um valor abaixo do solicitação e o golpista procurou a polícia para denunciar.

Em meados de maio deste ano, o pai adotivo admitiu à polícia ter feito fotos do filho nu para conseguir, segundo ele, identificar o interlocutor que estaria aliciando o garoto com a solicitação de imagens da criança sem roupa.

O celular do pai foi apreendido e, após perícia, a polícia recuperou conversas que já haviam sido apagadas que confirmam o envolvimento do cadeirante em uma rede de pedofilia, na qual ele negociava com criminosos sexo envolvendo o filho mais novo.

A vítima de 13 anos foi acolhida pelo Conselho Tutelar de Barueri no fim de setembro, após ser encontrada na rua à noite suja, descalça e com fome. O garoto afirmou aos conselheiros que não pretendia voltar para casa e acrescentou ter sofrido violência física e psicológica por parte do pai adotivo.

(Carolina Mota, estagiária sob supervisão do editor web em OLiberal.com, Felipe Saraiva)

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