Pastores são condenados a 21 anos de prisão por matar e queimar corpo do adolescente Lucas Terra

O jovem foi queimado ainda vivo e teve o corpo jogado em um terreno abandonado da capital da Bahia, em 2001

Carolina Mota
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Os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva foram condenados a 21 anos de prisão em regime fechado, pelo assassinato do adolescente Lucas Terra, em 2001. A sentença, que cabe recurso, foi dada pela juíza Andréia Sarmento às 21h30 da última quinta-feira (27), 22 anos após o homicídio.

O jovem, de 14 anos, foi queimado vivo e teve o corpo abandonado em um terreno da capital baiana. Também teria sido estuprado pelos pastores após flagrar uma relação sexual entre os dois, dentro de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, na Bahia.

Sentenças

► Fernando Aparecido da Silva: 18 anos de reclusão, agravada para 21 anos de prisão;
► Joel Miranda: 18 anos de prisão, agravada em 21 anos.
► Ambos julgados por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
► Os agravantes são: motivo torpe, emprego do meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

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Julgamento

Durante a tarde e a noite do dia 27 os acusados foram ouvidos por cerca de cinco horas. No primeiro dia do júri, cinco testemunhas de acusação e uma de defesa foram ouvidas. Segundo um dos advogados de acusação, Jorge Fonseca, a testemunha de defesa apresentou contradição na fala e por isso foi pedido para que a mesma prestasse um novo depoimento.

"Verificamos inconsistências nos depoimentos de algumas testemunhas com o dele, então a acareação serve para pôr em cheque e esclarecer o depoimento", explicou o advogado Jorge Fonseca.

Entre as testemunhas de acusação do primeiro dia estavam a mãe da vítima, Marion Terra, que se emocionou durante o depoimento. Por ter sido testemunha na terça (25), Marion não pôde participar do segundo dia. 

Outras testemunhas também foram ouvidas. Uma das testemunhas afirmou que viu Lucas na noite em que ele desapareceu, na Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), no bairro da Santa Cruz, e recebeu da vítima a informação de que ele estaria com Silvio Galiza.

Uma terceira testemunha disse que recebeu orientação de um pastor da IURD para suspender as buscas por Lucas Terra, que eram feitas por familiares e amigos, de modo independente.

No segundo dia do júri, que durou cerca de 10 horas, as esposas dos dois pastores testemunharam a favor dos acusados. A advogada de acusação, Tuane Sande, disse que foram encontradas contradições no depoimento da companheira do pastor Fernando Aparecido da Silva.

As contradições foram identificadas quando a esposa de Fernando teria dito que havia encontrado com Lucas em Copacabana, no Rio de Janeiro; entretanto, nos autos do processo, constam que ela não se lembrava se já tinha tido contato com o adolescente. 

As esposas dos dois religiosos contaram que estavam com os réus no dia em que Lucas teria desaparecido, na noite de 21 de março de 2001.

Além disso, um bispo e dois pastores da Igreja Universal foram ouvidos e contaram que Lucas era um jovem dedicado a religião e que os fiéis da igreja se comprometeram a procurar por ele após o desaparecimento.

(Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com)

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