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Manifestantes fazem ato para lembrar 30 anos da 'Chacina da Candelária'

De acordo com o movimento Candelária Nunca Mais, os atos em memória das vítimas, realizados anualmente, também são uma forma de resitência, pois o cenário de violência policial permanece no Rio de Janeiro.

O Liberal

Movimentos sociais e outros manifestantes se reuniram em frente à igreja da Candelária, para realizar atos em memória das vítimas da chacina da Candelária, que completou 30 anos esta semana. Foi em 23 de julho de 1993, que oito adolescentes e jovens, de 11 a 19 anos, foram mortos a tiros por policiais militares enquanto dormiam nos arredores da igreja carioca. A violência ficou internacionalmente conhecida como Chacina da Candelária. Três policiais e um ex-PM foram condenados pelo crime. Nesta segunda-feira (24) está marcada uma lavagem das escadarias da Candelária, além de missa e caminhada. A estátua do Cristo Redentor será iluminada de verde.

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Segundo as investigações e os depoimentos dos envolvidos, o crime teria acontecido por causa de discussões entre os policiais e os jovens dias antes do massacre. Dois adolescentes que cheiravam cola de sapateiro foram encaminhados à delegacia, sendo liberados logo depois. Em seguida, durante um patrulhamento próximo da igreja da Candelária, os jovens teriam debochado dos policiais e um dos garotos jogou uma pedra na vidraça da viatura. 

No momento em que os policiais chegaram atirando, havia cerca de 40 jovens dormindo na parte externa da igreja. Marcos Aurélio de Alcântara, Marcus Vinícius Emmanuel Borges, Nelson Oliveira dos Santos Cunha e Maurício da Conceição foram condenados de 200 a 300 anos de prisão. No entanto, as penas foram sendo reduzidas e os acusados foram beneficiados por indultos.

De acordo com o movimento Candelária Nunca Mais, os atos em memória das vítimas, realizados anualmente, também são uma forma de resitência, pois o cenário de violência policial permanece no Rio de Janeiro. "As mortes e homicídios de crianças e de adolescentes, especialmente negras e pobres, continuam acontecendo. Só em 2022, 172 crianças e adolescentes foram vítimas de homicídio, 52 destas por intervenção de agente de Estado. A maioria dos casos de homicídios efetuados pela polícia do RJ seguem sem investigação e sem responsabilização. A injustiça só aumenta o sofrimento das famílias", pontua o movimento.  

As vítimas da chacina foram: Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos; Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos; Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos; Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos; "Gambazinho", 17 anos; Leandro Santos da Conceição, 17 anos; Paulo José da Silva, 18 anos; e Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos. 

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