Deputado Fernando Cury, acusado de assediar parlamentar do PSOL,é salvo de punição severa pelo Alesp
Parlamentário teve pena diminuída de seis meses para 119 dias
O deputado Fernando Cury (Cidadania), acusado de assediar sexualmente Isa Penna (PSOL) em 16 de dezembro do ano passado, teve a punição diminuída pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na manhã desta sexta-feira (5). A suspensão do mandato de Cury será por quatro meses e a decisão prevê que o parlamentar não seja remunerado durante o afastamento
Emídio de Souza (PT) havia sugerido a suspensão de seis meses do parlamentar na última quarta-feira (3). De acordo com ele, ‘ao abraçar pelas costas a deputada Isa Penna e lhe tocar os seios sem seu consentimento, o deputado Fernando Cury teve um comportamento inadequado que atentou contra a ética e decoro parlamentar’.
Mas, antes de iniciar-se a votação geral, o congressista Wellington Moura (Republicanos), solicitou a revisão do processo na última sessão, sugerindo o afastamento de Cury apenas por 119 dias, ou seja, quatro invés de seis meses.
O período proposto por Moura foi bastante criticado por Emídio de Souza, para quem o número trata-se de uma manobra para encaixar a pena do acusado dentro do limite legal de afastamento voluntário de um deputado, de modo a manter o funcionamento do gabinete.
Votaram a favor da proposta do deputado Moura, além dele próprio, os parlamentares Delegado Olim (Progressistas), Adalberto Freitas (PSL), Alex de Madureira (PSD) e o corregedor da Casa, Estevam Galvão (DEM). Contra os votos de Souza, Munhoz, Erica Malunguinho (PSOL) e a presidente do conselho, Maria Lúcia Amary (PSDB).
Para Barros Munhoz (PSB), o prazo proposto de 119 dias é considerado "cômico". A deputada Erica Malunguinho e Marina Helou (Rede), que não faz parte do colegiado, afirmaram se tratar de uma tentativa de transformar a punição numa "licença".
Antes do fim da sessão, dois membros do conselho, o relator Emídio de Souza e Barros Munhoz anunciaram a renúncia do colegiado , por não concordarem com o desfecho do caso.
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