Estudo encontra altas taxas de toxinas prejudiciais à saúde na alimentação de crianças
Grupo de pesquisadores da USP analisou amostras de farinha e de arroz armazenadas em residências de Ribeirão Preto e encontrou altas quantidades de toxinas fúngicas

Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) analisou amostras de farinha e de arroz armazenadas em residências de Ribeirão Preto, no interior de SP, e encontrou altas quantidades de toxinas fúngicas, também conhecidas como micotoxinas. A exposição a essas toxinas através da alimentação pode desencadear uma série de problemas de saúde, especialmente em crianças e adolescentes.
Segundo os autores do estudo, os dados reforçam a importância de armazenar alimentos como grãos e farinhas em locais secos e protegidos de insetos para evitar o risco de contaminação.
"Quanto mais tempo um alimento contendo fungos toxigênicos ficar armazenado em condições inadequadas, por exemplo, exposto ao ambiente, desprotegido, em local quente e úmido, maior a probabilidade de haver altas concentrações de micotoxinas”, explica o professor Carlos Augusto Fernandes de Oliveira, coordenador do estudo.
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Segundo o pesquisador, existem mais de 400 toxinas que os fungos produzem para se defender ou interagir com outros organismos. Seis dessas substâncias, que ele nomeou como 'meninas superpoderosas', requerem mais atenção por causarem alteração no equilíbrio hormonal do organismo. "É algo que demanda muita atenção pelos seus efeitos prejudiciais à saúde”, relata o professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP.
As análises foram realizadas com um método que permite discriminar diferentes substâncias em uma mistura com base no peso molecular. As 230 amostras de alimentos analisadas estavam disponíveis para consumo nos domicílios de 67 crianças e adolescentes, que possuíam idades de 3 a 17 anos.
Os pesquisadores estão realizando uma segunda etapa do trabalho para identificar mais a fundo o grau de contaminação, a partir de amostras de urina coletadas de crianças e adolescentes. Eles estão em fase de análise do resultado do material. O estudo contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e os resultados foram divulgados no periódico Food Research International.
(*Beatriz Rodrigues, estagiária sob supervisão de Enderson Oliveira, editor web de Oliberal.com)
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