Educador Paulo Freire recebe moção de aplauso da Câmara dos Deputados

Foi pelo método de alfabetização de adultos que Freire foi perseguido pelo militares durante a ditadura.

Agência Estado
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Alvo frequente de críticas públicas do presidente Jair Bolsonaro e de membros do governo, o educador Paulo Freire recebeu uma moção de aplauso da Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira, 16. Bolsonaro chamou o educador de "energúmeno" na segunda, 15.

O pedido da homenagem foi feito pela bancada do PSOL na Casa e aprovado pelo plenário. "O educador Paulo Freire é o brasileiro mais homenageado da história, tendo recebido 29 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades norte-americanas e europeias", diz o pedido do partido.

O presidente atacou o educador ao defender o fim do contrato do Ministério da Educação (MEC) com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), responsável por gerir a TV Escola

"Você conhece a programação da TV Escola? Deseduca", afirmou o presidente. O fim do contrato foi anunciado na última sexta-feira, 13. "Era uma programação totalmente de esquerda, ideologia de gênero. Dinheiro público para ideologia de gênero. Então tem que mudar", disse.

Nascido em 1921, no Recife, Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997), é considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, especialmente pela sua influência no movimento chamado pedagogia crítica. Ele despontou como referência para a educação popular no início dos anos 60, quando desenvolveu um método de alfabetização de adultos que obteve bons e rápidos resultados. A experiência em Angicos, no Rio Grande do Norte, que parte dos saberes e experiências acumuladas pelos alunos antes da educação formal, foi levada por Freire a diversos países do mundo.

Sua prática didática fundamenta-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído. O método de alfabetização desenvolvido a partir dessa crença é fincado no diálogo entre professores e estudantes e no valor da educação como ferramenta para a emancipação social.

Foi pelo método de alfabetização de adultos que Freire foi perseguido pelo militares durante a ditadura. Depois de ter sido preso como traidor, ele e a família se exilaram em diversos países e só retornaram após a anistia.

Após a ditadura militar e de volta ao Brasil, Freire foi professor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Foi também filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT).

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