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'Dor não é fazer um vídeo e chorar', diz sobrevivente da Boate Kiss para um dos réus

A vítima teve 18% do corpo queimado e a perna amputada no incêndio que matou 242 pessoas em Santa Maria

O Liberal

Na quarta-feira (1), o julgamento do caso da Boate Kiss ouviu o emocionante depoimento de Kelen Giovana Leite Ferreira, uma das sobreviventes do incêndio que matou 242 pessoas em Santa Maria, em janeiro de 2013. A jovem, hoje com 28 anos, teve 18% do seu corpo queimado e uma perna amputada. As informações são do Hugo Gloss.

Às lágrimas, ela recordou detalhes do episódio. “Eu só vi que cruzou uma multidão na minha frente, que veio da pista lá de baixo. E aí me atinei a correr, porque achei que fosse briga. Quando eu corri, eu caí na frente do bar de madeira e quando eu cheguei na porta, eu caí. Foi aí que eu vi que era fogo, porque eu senti meus braços queimarem porque era muito muito calor e o cheiro era muito forte", detalhou. 

Kelen relatou que tentou cobrir seu rosto com o vestido para não inalar a fumaça e, assustada, começou a rezar. "Eu pedi pra Deus que eu não queria morrer ali, porque eu achei que eu ia morrer", declarou. Ela perdeu três amigos na tragédia.

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A tragédia, ocorrida em uma balada na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, deixou 242 mortos e mais de 600 feridos em 2013

Ainda no depoimento, ela fez um longo desabafo sobre o processo de aceitação após o acidente e criticou o documentário produzido pela defesa de um dos réus, no qual ele fala sobre o processo e o incêndio. "Dor não é gravar um vídeo e chorar. Dor é passar oito, quase nove anos, o que eu passei lá dentro, o que eu passo na minha pele, o que eu passo andando na prótese, machuca. Isso é dor. Dor é quando eu olhei muito tempo no espelho e chorei por ter ficado assim. Porque as vítimas somos nós, quem sobreviveu, quem passou por aquele massacre. Quem tem que entender essa dor são vocês, os réus”, disparou.

O Tribunal do Júri sobre o caso teve início na quarta-feira, no Foro Central de Porto Alegre. Os réus são os dois sócios do estabelecimento, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, o músico Marcelo de Jesus dos Santos e o ex-produtor da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha Leão.

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