Dino acionará CNJ e MPF contra desembargador que atacou Norte e Nordeste
O comentário do desembargador foi feito durante sessão da Segunda Câmara Criminal do TJ-PR, onde disse que a região Sul tem "nível cultural superior" em relação às demais regiões brasileiras
As recentes declarações do desembargador Mário Helton Jorge, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que afirmou que seu Estado tem nível cultural superior ao Norte e ao Nordeste em vídeo vazado nas redes sociais este final de semana, estão causando problemas, inclusive com o Governo Federal.
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Neste sábado (15), através de suas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que enviará ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Ministério Público Federal (MPF) uma representação contra o desembargador Mário Helton Jorge. Na visão do ministro, a fala de Mário foi um ato de racismo.
"Precisamos de uma Justiça antirracista no Brasil. E por isso vamos enviar ao CNJ e ao MPF o caso do desembargador que propagou que um Estado tem 'nível cultural superior' a outras regiões, em abordagem discriminatória. Consideramos que a conduta pode ser enquadrada na Lei 7.716/89", afirmou Flávio Dino em suas redes sociais.
Entenda o contexto da fala preconceituosa do desembargador
O comentário do desembargador foi feito durante sessão da Segunda Câmara Criminal do TJ-PR. Ao falar que as pessoas lembram de operações como Lava Jato, Petrolão e Mensalão, ele afirmou que ainda há muita corrupção, mesmo no Paraná, que ele indica considerar superior a outros do Brasil.
"Porque é uma roubalheira generalizada. E isso no Paraná, que é um Estado que tem um nível cultural superior ao Norte do país, ao Nordeste etc. É um país (sic) que não tem esse jogo político dos outros Estados. Aqui no Paraná é uma vergonha", afirmou o magistrado.
Pedido de desculpas
Por meio de nota, a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça paranaense argumentou que o Mário Helton Jorge estaria se referindo "à corrupção em geral" e que "não houve intenção de menosprezar ou estabelecer comparação de cunho preconceituoso contra qualquer pessoa, instituição ou região". "No contexto da fala, é feita uma crítica ao próprio Estado do Paraná, que sofre com a corrupção", afirma o magistrado na nota. Ele ainda pediu "sinceras desculpas" pelo comentário alvo da polêmica.
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