Delegado diz que idoso levado a banco para fazer empréstimo já estava morto

Polícia quer saber quanto tempo Paulo Roberto Braga passou dentro do carro de aplicativo e vai voltar a ouvir motorista

O Liberal
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O delegado que investiga o caso do idoso levado morto em uma cadeira de rodas para um banco na Zona Oeste do Rio, na última terça-feira (16), afirma que a polícia está certa de que ele já estava morto antes de entrar na agência.

"A investigação desde a data do fato já evoluiu a ponto de a gente poder afirmar que ele já estava morto no momento em que entrou no banco. O médico que o atendeu dentro da agência disse que já havia sinais cadavéricos e isso acontece após 2 horas da morte. Analisando as imagens, quando ele entra é visível que está morto", disse Fábio Souza, titular da 34ª DP (Bangu).

O delegado quer saber mais sobre o tempo que Paulo Roberto Braga, de 68 anos, passou dentro do carro de aplicativo que o levou com a sobrinha para o banco e sobre o momento da chegada.

Polícia deve voltar a ouvir o motorista

Polícia também pediu quebra de sigilo para apurar se a sobrinha de Paulo, Erika de Souza Vieira Nunes, pegou empréstimo em outras agências. O registro da chamada no aplicativo mostra que a corrida começou às 12h36 no endereço do idoso, em Bangu. A corrida foi encerrada às 12h57.

Câmeras de um shopping que fica perto do banco mostram que o carro entrou no estacionamento um pouco antes desse horário, às 12h52.

No depoimento, o motorista Daniel Esteves de Brito Neto disse que entrou com o veículo no estacionamento, que Érika desembarcou e foi pegar a cadeira de rodas e que ele chegou a segurar a cadeira de rodas para que a sobrinha tirasse Paulo do carro.

Daniel disse também que quando Érika estava tirando Paulo do carro, "ele chegou a segurar na porta do carro". Apesar de a transcrição do depoimento estar confusa nesse trecho, o delegado explicou que quando Daniel diz "ele", está querendo dizer que Paulo Roberto segurou a porta.

O motorista encerra o depoimento dizendo que Érika saiu do estacionamento empurrando a cadeira e ele foi embora.

Causa da morte pode ter sido broncoaspiração

A hipótese de que Paulo Roberto tenha morrido durante o trajeto para o banco não está descartada. O laudo do IML aponta a broncoaspiração como uma das causas da morte.

O médico geriatra Áureo do Carmo Filho explica que a broncoaspiração geralmente é um momento muito ruidoso, acompanhado de tosses intensas, mesmo assim, ele diz que, embora seja muito pouco provável, não é impossível que Paulo Roberto tenha morrido em silêncio.

Érika está presa por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. A defesa dela alega que o idoso chegou vivo ao banco. Nesta quinta-feira (18), a advogada que representa Érika entrou com um pedido de habeas corpus na 2ª Vara Criminal de Bangu, para que ela responda em liberdade durante as investigações.

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