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Cresce o número de pessoas na fila de espera por transplante; dados mostram mais de 50 mil

Pandemia contribuiu para a piora do quadro

Carolina Mota
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A fila de espera por transplante de órgãos no país cresceu na comparação com o período anterior à pandemia da covid-19. Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (Abto) mostram que existe uma grande desproporção entre o número de pessoas que necessitam de um órgão e a quantidade de doadores. Somente no primeiro trimestre deste ano, o número dos que aguardam ultrapassou os 50 mil - um crescimento de 30,45% desde o início da pandemia. As informações são do Estadão.

A crise de saúde contribuiu para o agravamento do quadro. Houve aumento nas contraindicações médicas de doação, redução de procedimentos e crescimento no número de mortes de pacientes na lista de espera. Só neste período, pelo menos nove pessoas morreram por dia aguardando o transplante.

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O presidente da Abto, Gustavo Ferreira, destaca que a pandemia impactou o programa de transplante no Brasil, ao provocar diminuição no número de procedimentos e de doações que vinham aumentando. Segundo o presidente, a queda se deu tanto pela insegurança de movimentar um paciente debilitado e expô-lo ao vírus, quanto devido à pressão no sistema de saúde, que paralisou alguns centros de transplante e reduziu a ação de outros.

Em 2020, o Ministério da Saúde recomendou “contraindicação” para doação de órgãos e tecidos em caso de doador com teste positivo. A taxa de contraindicação passou de 15% em 2019, para 23% em 2021, reduzindo as doações de maneira significativa.

Houve também crescimento na mortalidade durante a espera. Foram mais de 4,2 mil mortes em 2021, sendo registrado 2,5 mil em 2019. Dados que possuem certa ligação com a contaminação por covid. “São pacientes mais vulneráveis”, destaca Ferreira. Mais de 71% eram pacientes à espera de transplante renal, que precisam fazer hemodiálise ao menos três vezes na semana.

O primeiro trimestre de 2022 foi um pouco melhor, comparado ao do ano de 2021, porém não foi o quadro esperado, reforça Valter Duro Garcia, responsável pelos transplantes renais na Santa Casa de Porto Alegre e editor do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) da Abto.

No relatório trimestral redigido por ele, a associação projeta queda nas taxas de transplantes de rim (-13,8%), fígado (-11,5%) e coração (-12,5%).

A taxa de doação passou de 26,2% no fim de 2021 para 24,3% nos três primeiros meses deste ano. A queda foi acompanhada pelo crescimento da não autorização familiar para doação, que chegou a 46% – era 42% em 2021.

A contraindicação médica também caiu, ficando em 21%, mas segue alta com base nos dados pré-pandemia. Em março, o governo flexibilizou as regras de doação em relação à covid para retomar os índices de antes da doença.

(Carolina Mota, Estagiária da Redação, sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

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