Cerca de 1,9 milhão de jovens estão em situação de trabalho infantil no Brasil
De acordo com o IBGE, essa quantidade representa 4,9% do total de jovens

O trabalho infantil cresceu no Brasil entre 2019 e 2022. No ano passado, 1,881 milhão de pessoas de 5 a 17 anos estavam na situação. O número representa 4,9% do total de jovens contabilizados. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (20) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua sobre o Trabalho de Crianças e Adolescentes), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O levantamento é feito desde 2016, quando o IBGE identificou 2,112 milhões de pessoas nessa situação. Até 2019, o contingente caiu seguidamente para 1,758 milhão. Por causa da pandemia, a pesquisa não foi divulgada nos anos de 2020 e 2021.
Do universo de crianças e adolescentes no trabalho infantil, 467 mil (24%) realizavam só atividades de autoconsumo, como cultivo, caça, pesca, fabricação de roupas e construção de casa, entre outros exemplos.
Pretos e pardos são maioria
O levantamento do IBGE mostra que jovens pretos e pardos são a maioria (63,3%) em situação de trabalho infantil no Brasil. Brancos são 33%. A idade que mais incidiu na situação foi dos 16 aos 17 anos, somando 52,5%, enquanto 23,9% tinham de 5 a 13 anos, e 23,6% tinham 14 e 15 anos.
Crescimento
Além do crescimento absoluto (quantidade de pessoas) registrado pelo IBGE no trabalho infantil, o órgão apontou um aumento na proporção de crianças e adolescentes exercendo essas atividades.
De 2019 a 2022, a população com 5 a 17 anos diminuiu 1,4%, no entanto, o contingente desse grupo etário em situação de trabalho infantil aumentou 7%.
Em 2019, o percentual de pessoas de 5 a 17 anos que exerciam alguma forma de trabalho infantil era 4,5%. Já em 2022 subiu para 4,9%. Isso representa um em cada 20 jovens dessa faixa etária.
Informalidade
Entre os jovens de 16 a 17 anos, foram estimados 810 mil adolescentes trabalhando sem carteira assinada, o que significava uma taxa de informalidade de 76,6% –a maior da série histórica iniciada em 2016. O menor nível de informalidade havia sido em 2018, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), com 73,6%.
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