Bebida adulterada com metanol causa duas mortes e deixa jovem cego temporariamente
Autoridades alertam para os perigos da ingestão de bebidas alcoólicas ilegais e reforçam a importância de verificar procedência dos produtos

Duas pessoas morreram, um jovem ficou temporariamente cego e outro em coma após consumirem bebidas alcoólicas adulteradas com metanol em São Paulo. O caso chocante está sendo investigado pela Polícia Civil e reacende o alerta sobre os riscos do consumo de produtos sem procedência confiável.
As vítimas apresentaram sintomas como náuseas intensas, vômitos, dores abdominais e confusão mental poucas horas após o consumo da bebida comprada em diferentes regiões do estado de São Paulo. Entre elas: São Bernardo do Campo, Bragança Paulista e na própria capital, São Paulo.
Ao todo, o estado já soma uma morte e oito internações relacionadas a esse tipo de contaminação.
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Em Bragança, um homem de 52 anos foi encontrado inconsciente em sua residência. Segundo informações médicas, ele ficou dez dias em coma e continua sob cuidados intensivos. A suspeita é que a vítima tenha consumido bebida alcoólica adulterada com metanol.
Já o jovem Diogo Marques relatou que saiu com o amigo de infância, Rafael, e mais três meninas para beber. Eles foram até uma adega onde compraram gin e beberam, mas, no dia seguinte, todos acordaram com dor de cabeça. Diogo acordou sem visão. Rafael está em coma e o quadro é considerado "irreversível".
O que é o metanol e por que ele é perigoso?
O metanol é um tipo de álcool altamente tóxico, utilizado principalmente como solvente industrial e combustível. Quando ingerido, mesmo em pequenas quantidades, pode causar danos irreversíveis ao sistema nervoso central, comprometimento da visão e, em casos graves, levar à morte.
Segundo especialistas, o metanol é mais barato que o etanol, o álcool usado na produção de bebidas alcoólicas legalizadas. Por isso, criminosos o utilizam de forma clandestina para adulterar bebidas, aumentando os lucros à custa da saúde pública.
Investigação em andamento
A Delegacia de Polícia do Consumidor (Decon) investiga a origem da bebida e trabalha com a hipótese de produção clandestina. Amostras foram encaminhadas ao Instituto de Criminalística, que confirmou a presença de altos níveis de metanol no líquido.
A polícia busca identificar os responsáveis pela distribuição. “Estamos tratando este caso como crime contra a saúde pública, com agravante de homicídio doloso”, afirmou o delegado responsável.
Como identificar bebida adulterada?
As autoridades reforçam a importância de verificar a procedência das bebidas alcoólicas antes do consumo. Alguns sinais de adulteração incluem:
- Preços muito abaixo do mercado
- Rótulos com erros de impressão ou sem informações claras
- Lacres violados ou ausentes
- Odor diferente do habitual
Além disso, a ingestão de bebidas de origem duvidosa em festas, bares clandestinos e vendas informais é altamente arriscada.
(*Gabrielle Borges, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web de OLiberal.com.)
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