Após proibir mulher trans de usar banheiro público em academia, cliente é indiciada por transfobia
A jovem Ayla Vitória, de 22 anos, contou que decidiu abrir um processo após se sentir desrespeitada no local
Depois de cometer transfobia em um banheiro público, a cliente de uma academia que fica localizada em Contagem foi indiciada pela Polícia Militar de Minas Gerais (PM/MG). Na ocasião, a cliente, que se exercitava no estabelecimento, proibiu a mulher trans identificada como Ayla Vitória, de 22 anos, de entrar no banheiro feminino, alegando que ela seria um “homem” e não uma “mulher”.
Em um vídeo que circula pelas mídias sociais, a cliente aparece criticando o fato de seu filho, uma criança de sete anos, não poder entrar no box feminino e Ayla sim. “Uma criança não pode entrar no banheiro feminino, mas ‘traveco’, homem velho que se veste de mulher, pode entrar no banheiro de mulher”, atacou a cliente.
Em uma nota oficial divulgada pela academia, o estabelecimento informou aos seus usuários que identificou a aluna envolvida no fato e logo abriu um procedimento interno de apuração. Além disso, comunicou ainda que a vítima recebeu todos os cuidados necessários após o episódio e que repudia qualquer forma de discriminação, seja praticada por colaboradores, clientes ou frequentadores do espaço.
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Investigações sobre o caso
De acordo com informações da Polícia Civil, a cliente da academia permanece em silêncio durante as investigações. "O laudo técnico produzido pela perícia constatou que a investigada proferiu injúrias de natureza transfóbica contra a vítima. A suspeita, acompanhada de sua advogada, compareceu à delegacia e exerceu o direito constitucional de permanecer em silêncio durante o depoimento", disse.
Após o crime de transfobia, a jovem Ayla Vitória contou ao portal G1 que se sentiu muito desrespeitada e, por esse motivo, decidiu entrar em contato com uma advogada para poder abrir um processo contra a cliente. "Eu nunca fui desrespeitada dessa maneira na minha vida. Eu não me calei e decidi me impor. Eu não vou aceitar essa barbárie”, relatou Ayla Vitória.
(Victoria Rodrigues, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Enderson Oliveira, editor web em Oliberal.com)
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