VÍDEO: Estudante de medicina descobre estar 'morto' para sistema do SUS
Matías só soube do "próprio óbito" quando foi buscar a carteira de vacinação para cadastrar seu histórico na plataforma do Programa Nacional de Imunizações,
Imagina descobrir que você é considerado morto há pelo menos dois anos pelo sistema do Sistema Único de Saúde (SUS)? Foi a situação que ocorreu com o estudante universitário Matías Roitberg, argentino de 25 anos, que mora no Brasil há mais de 10 anos e cursa medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Matías só soube do "próprio óbito" na quarta-feira (04/09), quando foi buscar a carteira de vacinação no Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFRJ). Ele havia deixado o documento para cadastrar seu histórico na plataforma do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde. Foi quando veio a notícia do seu "falecimento".
“O funcionário achou minha carteira separada e falou: ‘Ah, é você que morreu, né?’”, contou Matías, que “morreu” no dia 2 de outubro de 2023. “Fiquei completamente sem reação, meus amigos rindo muito, e eu sem saber o que falar.”
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Os funcionários do posto orientaram Matías a procurar uma Clínica da Família para “provar” que estava vivo. Com receio de estar sendo vítima de algum tipo de golpe, Matías foi direto para a Clínica da Família Rocha Maia, em Botafogo. No local, descobriu que seus dados pessoais haviam sido alterados, incluindo o nome do pai, que apareceu como “Slenderman” no lugar de Alejandro.
Veja o momento da descoberta:
Além do "óbito", a identidade racial de Matías foi alterada: “Não só tinham registrado o meu óbito, como também colocaram que sou preto, sendo que sou branco”, relatou. Matías ainda revelou que só não teve maiores constrangimentos, pois conseguiu confirmar on-line que aparecia vivo na Receita Federal. “Senão eu ia perder minha vaga na faculdade, meu apartamento, minha bolsa de pesquisa...”, completou
Na sexta-feira (05/09), Matías conseguiu resolver a situação na Clínica da Família do Flamengo, onde seu cadastro foi corrigido e ele voltou a “viver” oficialmente para o sistema público de saúde.
De acordo com o argentino, a alteração no cadastro foi feita no Município de Ataléia, em Minas Gerais — cidade onde ele nunca esteve. Ele ainda não sabe como ou por que o erro ocorreu.
(*Gabrielle Borges, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web de OLiberal.com.)
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