Novembro reforça conscientização sobre prematuridade e a força dos bebês que chegam antes da hora
Campanha destaca desafios enfrentados por famílias e profissionais de saúde, enfatizando prevenção, acolhimento e histórias de superação dos prematuros
Novembro é, também, um mês dedicado à conscientização sobre a prematuridade, período em que a cor roxa ganha destaque para sensibilizar a sociedade sobre os desafios enfrentados pelos bebês que nascem antes do tempo e suas famílias. A mobilização faz parte da campanha Novembro Roxo, criada em 2008 por pais que vivenciaram a experiência da prematuridade e que, desde então, busca ampliar o debate e valorizar o trabalho dos profissionais de saúde envolvidos nesse cuidado.
O ponto alto da campanha foi o Dia Mundial da Prematuridade, celebrado em 17 de novembro, data que simboliza união entre ciência, amor e acolhimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15 milhões de bebês nascem prematuros todos os anos. O Brasil está entre os dez países com maior número de partos antecipados, e a prematuridade segue como uma das principais causas de mortalidade neonatal, reforçando a necessidade de atenção contínua das redes de saúde.
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Para a professora universitária e enfermeira Cissa Cardoso, cada bebê que chega antes da hora representa uma história única de força e superação. “Cada prematuro é um milagre que a vida apressa, mas que o amor ajuda a florescer. Eles nos ensinam que a força não tem tamanho, e que cada pequeno avanço é uma vitória enorme”, afirma.
Bebês prematuros, aqueles que nascem antes das 37 semanas de gestação, precisam de cuidados especiais por ainda estarem em desenvolvimento. Nesse contexto, a enfermagem tem papel essencial, combinando técnica e acolhimento emocional. “Nossa profissão é feita de técnica, mas também de toque, escuta e empatia. Quando cuidamos de um bebê prematuro, cuidamos também da mãe, do pai, da família inteira”, destaca Cissa.
Entre as práticas que contribuem para o desenvolvimento desses bebês, ela enfatiza o Método Canguru, que coloca o recém-nascido em contato pele a pele com os pais, fortalecendo o vínculo e trazendo benefícios físicos e emocionais. “O toque carinhoso, o olhar de confiança e a palavra de conforto são tão importantes quanto o respirador ou a incubadora. O amor é, sem dúvida, o melhor remédio”, reforça.
A prevenção também faz parte dos cuidados. Um pré-natal bem acompanhado é fundamental para reduzir os riscos de parto prematuro. “Alguns sinais, como dores na barriga, contrações frequentes, sangramentos ou perda de líquido, precisam de atenção imediata. Quanto mais cedo o cuidado começa, maiores são as chances de um final feliz”, orienta.
Mesmo após a alta hospitalar, o acompanhamento deve continuar, com atenção à vacinação, às consultas médicas e ao ambiente em que o bebê irá se desenvolver. “O colo é o lugar mais seguro do mundo para um bebê que lutou tanto para chegar até aqui. O acolhimento transforma o impossível em possível. E é esse amor que a enfermagem ajuda a multiplicar todos os dias”, conclui Cissa.
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