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Aliado de Mauro Cid, ex-major Ailton foi expulso do Exército por abuso e desacato

O ex-oficial foi acusado de uma série de graves irregularidades, algumas das quais prescritas

O Liberal

Considerado peça-chave no episódio envolvendo a fraude na carteira de vacinação da mulher do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o advogado e ex-major Ailton Gonçalves Moraes Barros acumula uma série de penalidades que resultaram em sua expulsão do Exército em 2006. A decisão do Superior Tribunal Militar foi tomada após a constatação de que as atitudes e comportamentos do então capitão não eram condizentes com sua posição como oficial.

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Ailton foi acusado de uma série de graves irregularidades, algumas das quais prescritas. Entre elas, a tentativa de abuso sexual de uma "senhorita" em um acampamento do Exército em Natal, em 1997. Ele negou as acusações, mas recebeu punição disciplinar de oito dias de prisão. Outro episódio prescrito foi quando Ailton 'empurrou com seu automóvel' um soldado e atropelou um outro oficial, lhe causando 'graves lesões no joelho esquerdo'. 

O Superior Tribunal Militar considerou, para sua expulsão do Exército, casos como o envolvimento em uma ocorrência de trânsito na Vila Militar no Rio em que Ailton desacatou soldado da Polícia do Exército, tentando intimidá-lo. Em 2002, quando concorreu ao cargo de deputado estadual ainda como militar da ativa, ele distribuiu panfletos em que aparecia com uniforme do Exército e criticava a instituição e seus superiores.

Ailton "foi considerado incompatível com o Oficialato", segundo o Exército informou ao portal UOL. O ex-major foi expulso em data ainda desconhecida. Mas a decisão final que confirmou sua expulsão foi dada pelo Superior Tribunal Militar em janeiro de 2014.

Agora na mira de um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal, Ailton foi preso preventivamente pela Polícia Federal durante a Operação Venire, que também investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mensagens encontradas pela Polícia Federal mostram que o militar teve "tratativas de um golpe de Estado". 

Mesmo expulso do Exército, expulso, esposa de Ailton recebe pensão de R$ 22,8 mil

Dados do Portal da Transparência consultados pelo portal UOL também revelaram que o ex-major transmitiu uma pensão militar para sua esposa mesmo depois de ser expulso do Exército. Desde outubro de 2008, Marinalva Barros recebe R$ 22,8 mil brutos por mês, ou R$ 14,9 mil líquidos. Nos sistemas de informática do governo, Ailton é registrado como "morto", mas apenas por questões burocráticas. "O ex-militar foi incluído no sistema como 'morto ficto' para que seus beneficiários legais [no caso a esposa] pudessem receber a pensão correspondente ao posto, cumprindo o previsto na legislação", disse o Exército.

O benefício é legal e está previsto em lei, apesar das críticas de ser considerado um privilégio. A explicação é que durante o período ativo na Força, o militar contribui para a pensão em caso de morte mensalmente para que sua beneficiária, no caso, a esposa, receba o valor como viúva. Ao ser expulso das Forças Armadas, o militar deixa de receber a aposentadoria que teria direito, mas, como contribuiu para a pensão, a esposa poderá usufruir do benefício mesmo após a sua exclusão dos quadros.

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