UPAs da Marambaia, Jurunas e Terra Firme seguem com atendimentos paralisados

Médicos das unidades, que estão atendendo apenas os casos considerados graves, alegam atrasos no pagamento de salários

Ádria Azevedo / Especial para O Liberal

Os atendimentos em três UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de Belém continuam parcialmente paralisados nesta segunda-feira (23). Nas unidades da Marambaia, Jurunas e Terra Firme, apenas casos graves estão sendo atendidos. A paralisação dos médicos ocorre em função da falta de pagamentos, que estariam atrasados há mais de 90 dias.

O auxiliar de depósito Tayllon Penha, de 27 anos, procurou a UPA da Marambaia por conta de uma dor de estômago, mas não foi recebido no local. “Desde ontem à tarde estou com essa dor, mas me disseram que não tem atendimento porque estão em greve. Acho que isso prejudica, porque a pessoa tem que sair daqui passando mal para ir para outra unidade”, disse. 

A situação é a mesma na UPA do Jurunas. Marcos Oliveira, de 41 anos, foi até a unidade por estar com dor no estômago. “Vim fazer atendimento aqui e disseram que está em greve e não tem médico. Me mandaram para o Pronto Socorro da 14 de Março. Estou sem dinheiro para o transporte e vou ter que ir até lá de bicicleta. Acho um absurdo porque muita gente precisa de atendimento e não vai ter condições de ser atendida”, queixou-se o trabalhador da construção civil.

A paralisação iniciou na UPA da Marambaia na última sexta-feira (20) e nas demais no sábado (21). De acordo com nota da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), estão sendo atendidos, nos locais, apenas casos de moderados a graves, de acordo com a classificação do protocolo de Manchester, e os repasses financeiros para Organização Social (OS) InSaúde, que gerencia as unidades, estariam em processo de regularização. Contudo, a secretaria não informou qual a expectativa para a realização dos pagamentos. 
“A Sesma reforça, ainda, que a população pode se dirigir aos demais serviços "porta aberta" da rede de saúde da capital, que seguem funcionando normalmente: UPAs da Sacramenta e Icoaraci, além dos Prontos Socorros da 14 e do Guamá”, completou o comunicado da secretaria.

O Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) afirmou que a paralisação continuará, já que não há indicação de regularização do pagamento. Em nota, a entidade destacou: “Até a manhã desta segunda-feira (23), a Secretaria de Saúde do Município não deu nenhuma previsão para regularizar os mais de 90 dias de atraso de pagamento dos profissionais. O Sindmepa reitera seu apoio aos médicos e repudia a atitude da prefeitura, que está tratando a questão com total descaso”.

Entenda a paralisação

De acordo com o Sindmepa, médicos que atuam nas três UPAs revelam cerca de 90 dias de atraso no pagamento de salários. A categoria afirma que o último pagamento realizado foi no dia 13 de setembro, ainda referente ao mês de junho. Os valores deveriam ser repassados em até 45 dias após o mês de plantão desempenhado. Os profissionais aguardaram até a última sexta-feira (20) o pagamento dos valores atrasados, data sinalizada pela Sesma, mas o repasse não ocorreu.

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