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Tratamento contra o cigarro deve unir medicamento e terapia, diz especialista

Novo remédio demonstrou eficácia no combate ao tabagismo, mas tratamento tem que ser conjunto; em Belém, centro de referência oferece atendimento multidisciplinar

Fernando Assunção
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Nesta semana, a notícia de um novo medicamento que se mostrou eficaz no combate ao vício em cigarros gerou expectativas no movimento antitabagista. A pesquisa está sendo desenvolvida pelo Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, e pode ser a primeira novidade a chegar às prateleiras para tratamento do tabagismo em 20 anos. O remédio está na fase três de estudos clínicos - a última obrigatória para a aprovação do fármaco.

De acordo com a pneumologista Fátima Amine, coordenadora do Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), que já atua há mais de 20 anos na área, caso aprovado, o medicamento será mais uma ferramenta no combate ao tabagismo. Mas, para garantir a eficácia, o paciente deve receber tratamento conjunto com terapia comportamental, reforça.

“A citisiniclina é uma medicação fitoterápica, isto é, feita à base de plantas, que atualmente está na etapa experimental, mas já demonstra uma alta eficácia. Após a conclusão dos resultados dessa terceira fase, o remédio deve passar, ainda, pelas agências reguladoras de saúde, que seguem critérios determinados por cada país para aprovar novos tratamentos”, explica a especialista.

“Essa medicação será um reforço ao tratamento já disponível no SUS [Sistema Único de Saúde] para apoio aos fumantes”, enfatiza a pneumologista. “Mas é importante dizer que o tratamento só com remédio não apresenta eficácia em todos os casos. Todo o tratamento tem como base a terapia, que trabalha o comportamento do fumante e busca entender qual o espaço ocupado pelo cigarro na vida dele, e também porque muitos casos de dependência estão associados à ansiedade e/ou depressão”, acrescenta.

No Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante, localizado na avenida Presidente Vargas, em Belém, existem atualmente três tratamentos disponíveis: os popularmente conhecidos como adesivos de nicotina, que são colocados diariamente na pele do usuário de cigarro dentro do período de tratamento, com doses regressivas de 21, 14 e 7 miligramas; bupropiona, comprimidos que auxiliam na combate à dependência do cigarro; e as gomas de nicotina, que são utilizadas por pacientes que não podem usar as tratamentos anteriores e ingeridas no momento da vontade de fumar. O espaço dispõe de uma equipe multidisciplinar, que conta com pneumologista, psicólogo, fisioterapeuta, dentista, assistente social e enfermeira.

Atualmente, são quase 6 mil pessoas matriculadas no centro. “Todo esse serviço é oferecido de forma totalmente gratuita pelo centro. Buscamos dar apoio ao fumante em tratamento, acompanhar todo o processo, dar suporte no caso de recaída e colocar ele em contato com outras pessoas que passam pela mesma luta. Dependendo do caso, também encaminhamos para especialidades médicas, tudo depende da análise de nossa equipe”, conta Fátima Amine.

O Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante da Sespa funciona na Unidade de Referência Especializada (URE) Presidente Vargas, na Avenida Presidente Vargas, nº 513, em Belém. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Para ser atendido, a pessoa que deseja parar de fumar não precisa de encaminhamento, basta se direcionar ao endereço e solicitar o acolhimento. Telefone: (91) 3242-5645.

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