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Comunidade fecha rodovia do Tapanã pedindo saneamento

Ato de duas horas e meia reclamou do abandono na rua São Geraldo. É o segundo em dois meses

Dilson Pimentel

Moradores da rua São Geraldo interditaram, na manhã desta terça-feira (21), a rodovia do Tapanã, em Belém. O ato começou às 10h15 e só encerrou às 12h43. A comunidade pediu saneamento básico. Moradores dizem que a rua está abandonada pelo poder público há mais de 50 anos. Veja imagens da manifestação:


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Lama e mato tomam conta da rua Presidente Dutra, no Tapanã

Para bloquear a via, eles colocaram pneus, nos quais atearam fogo. E, também, usaram tubulação de concreto para impedir a passagem dos veículos. Nenhum veículo está passando.

Ato se repete


Esse é segundo bloqueio da rodovia do Tapanã. Em novembro, outro manifesto também fechou a rodovia. A rodovia recebe obras do governo federal, mas a "São Geraldo", que é uma transversal, não é contemplada com serviços de melhoria. As obras, de fato, são realizadas bem em frente à rua. Eles afirmam que, quando chove, a rua São Geraldo vira um rio. Na rua, moram 180 famílias - mais de 500 pessoas.

Antonio José Viana, presidente do Centro de Defesa à Cidadania do Estado do Pará, e que mora na rua há 27 anos, diz que a duplicação da rodovia do Tapanã, executada pelo governo estadual, não beneficia as comunidades adjacentes, cujas ruas são intrafegáveis. "A obra passa em nossa porta. Mas a nossa rua está em condições precárias. Há mais de 50 anos a rua não tem um benefício dos poderes públicos municipal, estadual e federal. 

"Aquilo que fez com que toda a comunidade ficasse apreensiva parece que está se concretizando. A obra verdadeiramente atende a interesse dos condomínios e das empresas aqui do bairro", disse. "As ruas transversais continuam e vão continuar intrafegáveis. Há mais de 50 anos não tem benefício. Depois que passar essa obra, mais 50 anos que as pessoas vão ficar sem ter sequer o direito de ter uma qualidade de vida  decente, com saneamento básico. Essa é a nossa reivindicação. Nada contra governo A, B, C", disse. "É um absurdo que, em plena democracia, a gente ter que agir dessa forma e estar impedindo as pessoas de ir e vir. O governo tinha que ter essa sensibilidade. É um bairro pobre, com ruas intrafegáveis", afirmou.

Para moradores, manifestação reflete abandono


Rosiane Rodrigues, 58, mora na rua São Geraldo há 27 anos. "Esse protesto é a única maneira que temos de chamar a atenção do poder público para que olhe pra gente. A gente fala e ninguém dá ouvido. Vivemos abandonados, jogados na lama, pisando em buracos. E as pessoas de mais idade caindo, sendo prejudicada", justificou.

"Quando vem chuva, você não pode sair de dentro de casa. Por que não beneficiar a gente que já estamos aqui há tantos anos? Os nossos impostos são cobrados e a gente paga em dia. A obra passa na entrada da nossa porta e nós não temos o direito de ser beneficiados? Merecemos ter vida digna, pois fazemos parte de uma sociedade", reclamou a senhora. 

"Essa é a única maneira de chamar a atenção do poder público, para que olhe pra gente. A gente fala e ninguém dá ouvido. Vivemos abandonados, jogados na lama, pisando em buracos. As pessoas de mais idade caindo, sendo prejudicadas. Quando vem chuva, você não pode sair de dentro de casa", diz dona Rosiane, 58, que mora na São Geraldo há 27 anos

PM chegou às 11h ao local do ato. A manifestação foi acompanhada até o fim por três viaturas do policiamento comum e uma viatura da Rotam.

Procurada pela redação integrada de O LIberal, a Prefeitura Municipal de Belém informou, ern nota, que o local citado vai entrar na programação de serviços emergenciais que estão sendo levados ao bairro do Tapanã. Segundo a prefeitura, o objetivo da ação será "amenizar os transtornos causados pelas fortes chuvas do período". 

Também procurado pela reportagem, o Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM) disse, também através de nota, que a realização de obras nas vias municipais, como é o caso da rua São Geraldo, é de responsabilidade do município de Belém.

 

 

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