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Safra da manga é motivo de alegria e alerta em Belém

Árvores da Cidade das Mangueiras produzem de 40 a 60 toneladas do fruto ao ano

Ádria Azevedo / Especial para O Liberal

Todo ano, a partir do fim de outubro, começa o período em que as mangueiras ficam carregadas em Belém. Motivo de alegria para as pessoas que apanham as mangas das árvores ou juntam o fruto do chão para saborear. Entretanto, é necessário tomar cuidado para não estacionar o carro sob uma mangueira e enfrentar o contratempo de ver uma manga cair e destruir parte do veículo.

Luiz Augusto Melo, de 59 anos, está no time dos que comemoram a chegada do tempo de manga. A cada ano, na época do fruto, ele apanha as mangas das árvores para comer e distribuir entre amigos e familiares. “Gosto muito de manga. Por onde passo, se vejo, eu pego. Todo ano, quando começam a ficar maduras, eu venho e apanho”, conta.

No momento da entrevista, o pedreiro tirava frutos de uma mangueira na Avenida João Paulo, já armazenadas em uma sacola. “Essas aqui, vou levar para uns parentes no Entroncamento e a gente faz a festa. É muito gostoso. E só não como agora porque não trouxe minha faca. Gosto de comer no pé mesmo”, explica. Os planos do pedreiro eram seguir de bicicleta e continuar apanhando outras unidades “Sei que tem manga mais para frente. Daqui para lá, encho esse saco”, se diverte.

image Mangueiras enchem a capital de frutos e também fazem a alegria dos moradores (Ivan Duarte / O Liberal)

Safra

De acordo com o engenheiro agrônomo José Edmar Urano de Carvalho, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Amazônia Oriental, a safra da manga em Belém geralmente se inicia no fim da estação de menor precipitação de chuvas, ou seja, na segunda quinzena de outubro. “Ela se prolonga até o final de março, com pico de produção entre a segunda quinzena de dezembro e primeira quinzena de janeiro”, detalha.

O pesquisador estima que as mangueiras utilizadas na arborização da cidade de Belém produzem, por ano, entre 40 e 60 toneladas de frutos. Mas, apesar da fama nacional de Cidade das Mangueiras, Urano lembra que 95% das mangas comercializadas nos supermercados de Belém provêm das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil.

Histórico

O engenheiro agrônomo relata que a espécie teria sido introduzida em Belém pelo capitão João Manoel Rodrigues, sogro de Antonio Landi, arquiteto bolonhês radicado no Pará. “Não se sabe com precisão quando a mangueira foi introduzida em Belém, mas o introdutor seria o sogro de Landi. E Landi teve papel fundamental, ao semear parte das sementes que recebeu do capitão”, conta Urano.

Outro lado

Época de “fazer a festa” para uns, e de amargar prejuízo para outros. Para além da alegria dos que gostam de manga e aproveitam para consumir os frutos das mangueiras da cidade, há os que temem ter seus veículos atingidos por eles.

O guardador de carros, Edivaldo Matos, trabalha na função há 34 anos, na Praça da República. Nesse tempo, já viu muitos carros serem danificados. “Já vi carros serem quebrados, os vidros, muito prejuízo para as pessoas que estacionam aqui. E a gente sempre alerta os motoristas que está caindo manga, aponta para a mangueira para mostrar, já avisa que está carregado lá em cima. Tem uns que tiram o carro, tem uns que deixam, tem uns que já evitam e deixam do outro lado da rua”, esclarece.

Por trabalhar no local, Matos também já foi “vítima” de uma manga. “Caiu na minha costa. Sorte que as folhas amorteceram a queda e não doeu tanto”, relata. Mas o guardador de carros também aproveita o período: “Se não cair no carro, não ficar com pedaços de vidro, dá para consumir com certeza. É só juntar e levar”, conclui.

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