Reciclagem é solução para gestão do lixo das grandes cidades

Inclusão no conceito de economia circular é o principal motivo para sustentar as ações atuais de reciclagem

Caio Oliveira
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Em um mundo que atravessa uma crise sanitária e busca respostas para um um futuro mais sustentável, o dia 5 de maio é dedicado  celebrado o Dia Nacional da Reciclagem e o Dia Mundial do Meio Ambiente. Os temas têm relação entre si, já que, dentre os principais problemas que afetam o meio ambiente, podemos destacar o descarte inadequado de resíduos sólidos e a falta de coleta seletiva de qualidade, além da deficiência de projetos de reciclagem, iniciativas que podem dar um destino melhor para o nosso lixo. Na Grande Belém, o problema que o Aterro Sanitário de Marituba se tornou é discutido quase diariamente, e especialistas dizem que ações de incentivo à reciclagem poderiam ter evitado que o imbróglio chegasse à dimensão que tem hoje.

O Pará ainda precisa evoluir muito no tratamento dos resíduos que produz, e grande parte dessa dificuldade é devida aos empecilhos operacionais comuns à região Norte. “No Brasil de modo geral, existe um grande problema que é: tudo é reciclável, mas nem tudo é reciclado, por conta do custo logístico naquela região. Por exemplo, aqui em Belém, pouca coisa é reciclada, porque não tem indústria; elas estão lá pelo Sul, Sudeste do país, ou mesmo no Nordeste. O frete encarece toda essa questão” explica Ted Vale, fundador do Instituto Alachaster. A iniciativa conta com ecopontos em Belém para recolhimento de material reciclável, além de promover ações de incentivo à compostagem e reutilização de embalagens. Todos os serviços prestados podem ser encontrados no Instagram @institutoalachaster.

Todos os meses, as ações do instituto arrecadam cerca de três toneladas de lixo reciclável. Ainda é pouco, perto das 40 mil toneladas mensais que o aterro de Marituba recebe, mas segundo Ted, esse número já faz diferença. “Se não houvesse a reciclagem dentro desse conceito de economia circular, a gente estaria com um problema ainda mais grave em relação ao lixo. O pouco - que na verdade é muito - que é reciclado já ajuda o meio ambiente, pois ele consegue trazer de volta muitas embalagens, muitos frascos para o ciclo de produção”, comemora, que também apresenta soluções para ajudar nessa questão. “Mais de 50% do nosso lixo é orgânico; então, uma das soluções para isso é a compostagem. Se nós tivéssemos reciclando de 60% a 70% do lixo dentro da cadeia produtiva, com certeza, nós aumentaríamos muito a vida útil do aterro sanitário”, projeta Ted Vale.

A Secretaria de Saneamento de Belém (Sesan) concorda que a reciclagem é uma das soluções mais viáveis para o problema do lixo na Região Metropolitana, e informa que tem várias ações para criar uma cidade mais sustentável. Atualmente, há 36 LEVs (locais para entrega voluntária), espalhados pela cidade, cujos materiais são coletados e enviados para cinco galpões, onde cooperativas e associações trabalham. “A Sesan apoia oito cooperativas e quatro associações, localizadas na região central de Belém e em Mosqueiro, Outeiro, Icoaraci e Cotijuba. Essas doze associações coletam, hoje, cerca de 680 toneladas por mês”, enumera Vítor Ximenes, Chefe da Assessoria Técnica. “A Sesan ainda faz acordos setoriais com condomínios, estabelecimentos comerciais e empresas públicas e privadas, para que ocorra a coleta desses resíduos recicláveis”, explica.

Segundo Vitor, a Prefeitura de Belém também vai implantar ecopontos na cidade. Os postos de coleta serão na avenida Bernardo Sayão; na Estrada do Bagé com a avenida Magalhães Barata (Benguí); e no Canal São Joaquim. "A previsão é que o primeiro desses pontos seja inaugurado em agosto deste ano”,  diz o assessor técnico, que reforça que não apenas a parte operacional é importante, mas também, o estímulo a uma cultura que preza pela preservação do meio ambiente. “A Sesan tem um grupo de trabalho de educação ambiental que já visitou mais de 500 ruas em Belém e atingiu cerca de 24 mil residências. Nessas visitas, abordamos a temática de separação de resíduos sólidos, além da importância da sustentabilidade. A educação ambiental é importantíssima, e deve ser incentivada desde o ensino básico”, espera Vitor Ximenes.

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