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Entenda o que é a raiva e veja as formas de prevenção

Cuidados na capital se intensificam após morcego ser encontrado morto no último dia 30 de maio

Gabriel Pires
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A confirmação de um caso de raiva animal em morcego, na capital paraense, no último dia 30 de maio, reacendeu preocupações com o mamífero e com a doença que pode provocar. As dúvidas surgiram, sobretudo, de moradores do bairro do Marco, onde o morcego foi encontrado morto. Com isso, as autoridades municipais de saúde iniciaram uma série de medidas para prevenir a disseminação da doença, que afeta não somente os animais, mas também os humanos

De acordo com o Instituto Evandro Chagas (IEC), 56 amostras de morcegos já foram recebidas 2022 para diagnosticar o motivo da morte dos animais. Os morcegos foram encontrados nos bairros do Marco, Campina Terra Firme e Souza, sendo uma amostra positiva para o vírus da raiva.

Thays Barros, advogada, demonstrou preocupação e alertou sobre a incidência de morcegos no bairro da Condor, em Belém. “Na minha casa tem morcegos, pois tem árvores. Apesar de ser no centro, à noite eles voam direto, inclusive perto da nossa cabeça quando saímos para abrir o portão”, relatou.

O que é a raiva?

De acordo com o IEC, a raiva é uma doença viral e infecciosa aguda, que oferece altos riscos à população por se tratar de uma doença mortal

Quais animais transmitem a doença?

No ambiente urbano, a principal fonte de infecção são cães e gatos. Em outros casos, animais como morcego, raposa, guaxinim e macacos, mantém o ciclo da doença. A transmissão ocorre através da mordida desses animais, quando já estão infectados pela doença.

A pesquisadora Livia Casseb, coordenadora da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do IEC, afirma que, no caso dos morcegos, nem todos são contagiosos.

“O vírus da raiva geralmente ocorre em animais, mas pode se espalhar de um animal infectado para uma pessoa. Entre os morcegos, a principal espécie transmissora para seres humanos é o Desmodus rotundus, morcego vampiro”, explicou Livia Casseb.

Livia ainda destacou que aves, peixes, répteis e anfíbios, ao que se conhece até o momento, não podem contrair ou espalhar a raiva.

Sintomas
Em humanos

- Sintomas iniciais inespecíficos: febre, cefaléia, mal estar, anorexia, náusea e dor de garganta

- Alteração da sensibilidade no local da mordedura: formigamento, queimação, adormecimento, prurido e/ou dor

- Sinais e sintomas de comprometimento do Sistema Nervoso Central: ansiedade, inquietude, desorientação, alucinações, comportamento bizarro e convulsões. Hidrofobia caracterizada por espasmos e dificuldade de deglutição até da própria saliva (sialorréia), aerofobia e fotofobia

- Agitação psicomotora e crises convulsivas alternados com períodos de torpor, podendo ocorrer paralisia ascendente. O paciente entra em coma, apresentando insuficiência respiratória e morte

Nos casos de infecção envolvendo humanos, em nota enviada à Redação Integrada de O Liberal, a Secretaria Estadual de Saúde (Sespa) esclarece que, nos últimos dois anos, não há registros desse tipo da doença no Pará. Na capital, a Sesma ainda reitera que não há registro de raiva humana desde o ano de 1987.

Em animais
Os sintomas variam conforme o animal transmissor.

Cães e gatos
- Mudança de comportamento (agressividade)

- Dificuldade para engolir água e alimento

- Salivação abundante (sialorréia)

- Paralisia das patas traseiras

Morcego
-Desorientação, com voos durante o dia
-Paralisia das asas

Como prevenir a doença? 

Dentre as medidas de prevenção, a vacina antirrábica é a forma mais eficaz contra a raiva, sendo essencial manter em dia a proteção de animais domésticos de estimação. A periodicidade da imunização deve ser informada pelo médico veterinário. Já para evitar a incidência de morcegos, a recomendação é evitar portas e janelas abertas durante à noite.

O que fazer em casos de ataques por animais com raiva?

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), ao ser atacado por um animal com raiva, a primeira medida é não tocar no local do ferimento. Em seguida, deve-se procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou qualquer unidade do sistema de urgência e emergência, como UPAs e hospitais de pronto-socorro. 

Nesses locais, será aplicada a dose da vacina antirrábica, além de atendimento especializado para o caso. Atualmente, 58 UBS dispõem de sala de vacina somente na capital.

O IEC ainda informa que, até então, não há tratamento específico para esses casos.

Suspeita de raiva animal em macacos no Bosque Rodrigues Alves 

Por meio das redes sociais de O Liberal, nos comentários de uma publicação, a usuária Rosângela Renu levantou a possibilidade das recentes mortes de macacos estarem relacionadas a casos de raiva animal.

A pesquisadora Livia Casseb do IEC garantiu que a motivação da morte dos macacos não foi pela raiva. “Se nos macacos fosse diagnosticada raiva, poderíamos falar em um surto de raiva animal em Belém, porém os resultados preliminares demonstram que os macacos não estavam infectados com o vírus da raiva”, detalhou.

Ao encontrar animais mortos, o que fazer?

Em caso de se deparar com morcegos ou qualquer outro animal morto, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), vinculado à Sesma, deve ser acionado pelo telefone (91) 3344-2350

A recomendação feita pela Sesma é não tocar no animal morto. O recolhimento deve ser feito por técnicos especializados.

(Gabriel Pires, estagiário sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, Victor Furtado)

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