Público se ressente da falta de suporte no atendimento às vítimas do incidente em show infantil

Pessoas feridas, desmaiadas, choros, correria e pânico, em geral. O que deveria ser uma programação descontraída em família se transformou em momentos de desespero para centenas de pessoas, adultos e crianças, que foram assistir a um show infantil no estacionamento do Parque Shopping, na tarde deste sábado (14), em Belém.

O show não aconteceu em virtude do desmoronamento de parte da estrutura que sustentava as lonas usadas para proteger o público do sol e da chuva. O Corpo de Bombeiros Militar (CBM) informou que 33 pessoas ficaram feridas, com escoriações leves, entre elas uma mulher grávida e um bebê de 10 meses, que teve um hematoma na testa. 

"Não vou mais a esse show se eles resolverem fazer de novo. Foi horrível, desesperador ver as pessoas correndo, as crianças chorando. Um rapaz do meu lado jogou o corpo dele sobre o próprio filho, aí um pedaço de ferro caiu e machucou a cabeça dele. Se fosse a criança não sei o que poderia ter acontecido'', contou a dona de casa Elisângela Dias, que foi ao evento na companhia de um casal de filhos, uma adolescente de 17 anos, e um menino de quatro anos.

Elisângela Dias precisou levar a filha de 17 anos à emergência de um hospital privado na BR-316 porque a adolescente também foi atingida por um pedaço de ferro no ombro. "Ela fez raio-x mas o clínico geral disse que, por não ser um especialista da área de traumatologia era para eu levá-la neste domingo ao hospital de novo, para consulta com um traumatologista, pois há uma suspeita de lesão no osso do ombro dela. Ela já chorou muito, agora está melhor porque tomou analgésico'', contou a dona de casa. 

Elisângela relatou também ter visto uma jovem mãe com um bebê no colo, aos prantos. "O bebê estava com um 'galo' (machucado) na testa enorme. Ela disse que uma barra de ferro tinha batido de raspão nele, mesmo assim ela estava muito nervosa com a situação porque a criança só tinha 10 meses". 

Nas redes sociais, diversos internautas questionaram a falta de organização do evento e se queixaram sobretudo de um maior número de profissionais para atendimento de primeiros socorros e mesmo da presença de um médico no local. "Não havia um médico, um profissional que pudesse atender e dar uma orientação melhor para as pessoas que procuravam ajuda. Uma moça desmaiou, acho que de nervosismo'', contou Elisângela.