Procissão luminosa toma as ruas do Telégrafo em homenagem à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Uma Procissão Luminosa celebrou o Dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, comemorado nesta terça-feira (27), em Belém. O cortejo religioso saiu da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, localizada na avenida Arthur Bernardes, por volta de 21h e percorreu as principais vias do bairro do Telégrafo. Milhares de devotos da padroeira carregaram velas e acompanharam o Ícone do Amor, como é chamado o quadro da Santa, que esteve à frente da procissão. 

Ao longo de toda a terça-feira, as tradicionais novenas deste dia da semana reuniram centenas de fiéis. Uma Santa Missa, presidida pelo pároco da igreja, o padre Cleidivan Brito, precedeu a Procissão Luminosa. Uma das devotas que acompanhou a programação foi a dona Maria do Socorro Contente, de 59 anos, que não por acaso carrega o mesmo nome da Santa homenageada. Ela relata que a sua mãe enfrentou uma gravidez complicada e prometeu à Nossa Senhora que se tudo ocorresse bem, a filha seria batizada com o nome de Maria do Socorro - e assim o foi feito. 

“A minha mãe teve um problema asmático quando ainda estava grávida de mim, ela fez essa promessa e tudo deu certo. Em gratidão, desde que me entendo por gente participo dos grupos aqui da paróquia, já fui catequista, do grupo de jovens, fui professora de crisma, de liturgia, encaminhei minhas filhas e, hoje, também a minha neta como servidoras do altar, tudo em honra à Nossa Mãe do Perpétuo Socorro, que me deu vida e saúde”, diz a fiel.

Maria do Socorro Contente (Cláudio Pinheiro/O Liberal)

Ao longo do percurso, que interditou parcialmente vias como a avenida Pedro Álvares Cabral, a avenida Senador Lemos e a própria Arthur Bernardes, os devotos enfeitaram suas casas e estabelecimentos com faixas em gratidão à padroeira. Pâmela de Nazaré, de 38 anos, conta que a decoração da porta da casa foi uma tradição iniciada pela mãe, hoje falecida, e mantida pela família. “Sempre estivemos no caminho da procissão, então nem tem como não ser devota dessa Santa tão maravilhosa e adorada”, enfatizou.

O pároco explicou a devoção à "Santa das causas impossíveis", que lota a paróquia do Telégrafo nas novenas de todas as terças e reuniu milhares na procissão: “Com certeza, ela é a nossa onipotente intercessora, confiamos nela e é isso.Eu penso que a beleza do Ícone e a sua força, a sua mensagem, o olhar de Nossa Senhora, o olhar materno de Nossa Senhora que acolhe, que nos acompanha, é algo que cativa as pessoas e por isso elas se juntam a nós”, avalia o padre Cleidivan Brito.

Mês dedicado à Santa

A programação marca o encerramento da festividade em homenagem à Santa, que começou no último dia 2 na paróquia da capital com o tema: “Mãe do Perpétuo Socorro, ajuda-nos a saciar a quem tem fome!”. No mês de junho, foram realizadas missas, novenas, alvoradas, ações missionárias e iniciativas sociais, além de programação cultural e o arraial. De acordo com o pároco, a festividade dialoga com a Campanha da Fraternidade 2023, que tem como tema “Fraternidade e fome” e lema “‘Dai-lhes vós mesmos de comer!’ (Mt 14,16)”.

“A escolha desse tema pode causar, em um primeiro momento, um sentimento de constrangimento, porque é constrangedor pensar que essa temática [fome] ainda seja relevante em um país com os recursos naturais que nós temos. Mas quando nos damos conta que existem dezenas de milhões de brasileiro, irmãos nossos, que ainda passam fome, um número ainda muito maior na chamada insegurança alimentar, então isto torna esse tema relevante, para pedir a intercessão de Nossa Senhora em relação a esse problema social”, destaca o paróco.

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é considerada pela Igreja Católica como a “Santa das causas impossíveis”. Ela também é conhecida como “Maria, a Mãe de Deus” e padroeira dos Padres Redentoristas, que receberam a missão do Papa Pio IX em 1866, de divulgar a devoção ao mundo inteiro após terem recebido o quadro pintando com imagem da Santa.