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População de Belém reclama de viver meio um verdadeiro ‘lixeiro’

Além do transtorno causado pelo depósito irregular de lixo e entulhos, como camas, mesas, cadeiras e sofás, os belenenses também precisaram conviver com o mau cheiro e o aparecimento de ratos e urubus remexendo os resíduos

Amanda Martins

A população não aguenta mais a falta de resolutividade no oferecimento do serviço de limpeza urbana em Belém. Enquanto tramita a passos lentos o processo de licitação que vai escolher a concessionária responsável pelos serviços na capital, a população convive com um problema crônico: o lixo nas ruas e todas as implicações que impactam a vida das pessoas.

Dona de uma barraquinha de cana-de-açúcar, localizada na Feira do Guamá, Socorro Corrêa, de 50 anos, se diz incomodada por precisar conviver diariamente com a insalubridade causa pelo lixo, bueiros entupidos e urubus, que aparecem pelo acúmulo de sujeira no espaço. Para ela, o problema se torna ainda mais grave pelo fato da venda ser localizada ao lado do depósito do lixo da feira. Longe de conseguir trabalhar em paz, ela de como o lixo espantou quase 80% da sua freguesia.

“É durante o período de chuva que nós mais sofremos, porque enche tudo isso aqui, atrapalhando as minhas vendas. Ratos eu nunca vi aparecer, mas esses urubus assustam quem passa por aqui. São muitos os prejuízos que o acúmulo de lixo tem ocasionado, como perder os clientes, porque eles têm nojo de vir”, mencionou a feirante.

Socorro disse que trabalha há mais de duas décadas na Feira do Guamá, mas nos últimos anos, que coincidem com a atual gestão do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), ela tem sentido o local onde trabalha cada dia mais abandonado e literalmente entregue “às moscas”. 

“Antigamente, no final de semana, enchia de clientes, mas agora eles não querem comprar da gente por causa da lixeira que fica em frente à feira. Isso não deveria acontecer. Nós trabalhamos com alimentação e a Prefeitura e a Sesan (secretaria de saneamento de Belém) permitem implementar uma lixeira aqui na frente. Isso nos prejudica, atrai doenças, é terrível conviver com o mau cheiro”, enumerou a feirante quanto aos problemas que vem enfrentando. 

Segundo Socorro, a captação do lixo na feira é feita três vezes ao dia, mas ainda assim é insuficiente para atender a demanda dos vendedores, que jogam os resíduos e sobras nos tonéis.  “O bairro também não recebe a atenção necessária da Prefeitura. Muita gente vem jogar lixo aqui na feira, acumula o que nós temos, com o que os moradores produzem e vira esse grande lixão. É ruim de conviver”, disse visivelmente revoltada. 

Acúmulo de lixo em Belém não é de hoje e se tornou crônico na cidade

Nos últimos três meses, a equipe de reportagem do Grupo Liberal flagrou e recebeu denúncias que mostram como a falta do recolhimento do lixo aliado aos canais entupidos, anunciados a incidência de chuva, transforma para pior a vida dos belenenses.  Os moradores que vivem ao redor dos canais da Avenida Cipriano Santos, no bairro de Canudos; da Travessa Visconde de Inhaúma, no bairro da Pedreira; e o da 3 de Maio, no bairro de Fátima, são os mais afetados, colocando em risco a integridade das famílias.

Além do transtorno causado pelo depósito irregular de lixo e entulhos, como camas, mesas, cadeiras e sofás, os belenenses também precisaram conviver com o mau cheiro e o aparecimento de ratos e urubus remexendo os resíduos.

Nem as pessoas que estão sepultadas nos cemitérios públicos de Belém estão tendo o devido respeito. Em Santa Izabel, no bairro do Guamá, no último dia 30 de março deste ano, a reportagem registrou sepulturas quebradas, mas também lixos pelo espaço e um matagal que cobre as sepulturas. O descaso segue no do Tapanã e também no de São Jorge, na Marambaia. 

Licitação da coleta de lixo de Belém é suspensa pela prefeitura

Enquanto a população vive em meio ao lixo, a Prefeitura de Belém decidiu suspender, temporariamente, a licitação da coleta de lixo da capital paraense, na última terça-feira (21). Os motivos não foram revelados e um prazo ainda não foi divulgado para a publicação de um novo edital da Concorrência Pública nº 02/2023.

A pressa para a resolução do problema do lixo na cidade parece ser um anseio apenas da população, uma vez que o poder público demonstra morosidade no processo, a exemplo da minuta publicada Diário Oficial do Município na última sexta-feira (31), com o aviso para que empresas especializadas em limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos possam contribuir com o edital de licitação de limpeza urbana de Belém, processo que vai escolher a concessionária responsável pelos serviços na capital. 

O problema é que o prazo para essa colaboração é longo demais para quem tem pressa: a partir de segunda-feira, 3 de abril, até 5 de maio, as empresas podem consultar a minuta do edital e fazer suas sugestões.

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