Rodoviários de Marituba e Ananindeua marcam reunião para segunda, no MPT

Linhas voltaram a circular para 50 mil passageiros: rodoviários pedem melhorias de trabalho

Redação Integrada de O Liberal
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Os passageiros de Marituba e Ananindeua que ficaram sem acesso a serviços de transporte de ônibus das linhas Marituba-Icuí, 40 Horas-Marituba e Paar-Ceasa nesta sexta-feira (29) devem acompanhar desdobramentos das negociações na próxima semana.  Os ônibus voltaram a circular no fim da tarde, mas uma nova reunião entre trabalhadores e a empresa Fênix Transporte foi agendada para ocorrer no Ministério Público do Trabalho, na próxima segunda (1 de abril).

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Cerca de 140 rodoviários que atuam em 35 veículos da que saem de Marituba e Ananindeua, paralisaram os serviços desde a madrugada desta sexta-feira (29). Estima-se que a paralisação tenha atingido 50 mil passageiros que utilizam os serviços de transporte dessas três linhas por dia.

PARADA

Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Marituba e Ananindeua, Huellem Ferreira, a paralisação visou melhorias nas condições de trabalho para rodoviários e de transporte para os usuários. "E vai continuar, sem previsão de acabar, até que o Ministério Público dê uma resposta sobre uma reunião entre o sindicato e o dono da empresa", garantia a entidade. 

image Na Mário Covas, passageiros esperavam por linhas com intinerários suspensos (Ary Souza)

O ato iniciou às 3h. Os portões da garagem da empresa, localizada no bairro do Coqueiro, em Ananindeua, foram cerrados pelo movimento, que afirma haver carteiras de trabalhadores não assinadas. Além disso, os finais de linha não são adequados e haveria também viradas de serviço.

"Os ônibus não têm condições, os motoristas ficam comprando peças com o próprio dinheiro e há assédio moral do chefe da garagem", afirma o Sindicato dos Rodoviários de Marituba e Ananindeua, justificando que os piquetes na porta da empresa eram feitos apenas pelos próprio sindicato, porque a empresa teria ameaçado de suspensão os funcionários que participassem das atividades.

De acordo com o  sindicato, o Ministério Público do Trabalho (MPT) já foi informado das condições de transporte da empresa Fênix e das reclamações trabalhistas, e diversos acordos já teriam sido firmados.

Segundo o sindicato, apesar dos acordos, as situações relatadas sempre voltam a acontecer. Por isso, diz o sindicato, a normalização das atividades depende de um acordo efetivo com o Ministério Público. "Nós queremos que o Ministério Público se manifeste. Se a empresa não tem condições de rodar, que não fique prejudicando seus rodoviários e usuários".

EMPRESA

Ouvido esta manhã pela redação integrada de O Liberal, o proprietário da empresa Fênix, André Nogueira diz que "só os rodoviários podem dizer porque não vieram trabalhar". Segundo ele diz, a empresa vem sendo fiscalizada pelo Ministério Público do Trabalho. "Existem duas fiscalizações do Ministério Público na empresa e estamos aqui desde a madrugada para dialogar e entrar em um entendimento. Não vejo porque seria necessária outra presença do MPT para negociar. Já procuramos a presidência do sindicato, que diz que não há diálogo", diz o empresário. "O que tenho a dizer é que o salário e o tíquetes de alimentação estão religiosamente em dia".

À ESPERA

Pela manhã, a estudante Priscila Moraes, de 19 anos, esperava por quase uma hora em uma parada de ônibus da rodovia Mário Covas. Ela aguardava um veículo que a leve para Marituba, rota que faz uma das linhas da Fênix Transporte. "O ônibus não costuma demorar nem metade desse tempo", reclamava a estudante. 

Ainda assim, ela concorda com a paralisação. "Isso acaba nos prejudicando, porque eu, por exemplo, tenho um compromisso, mas já estou atrasada. Só que eles estão certos. Os motivos são justos", avalia.

A analista financeira Fabiana Cunha, 38, também foi uma das pessoas que sofreram com a paralisação pela manhã. Na espera dos ônibus que fazem a rota Marituba-40 horas ou Icuí-Marituba, ela ressaltou que, além dos rodoviários pedirem melhores condições de trabalho, "é preciso melhorar os próprios ônibus para os passageiros". 

"Eles estão no direito deles, porque é um trabalho muito desgastante, mas eles também têm que cobrar melhorias nos ônibus, porque é horrível. Tem ônibus que não deveria nem estar circulando mais", ponderou.

Sobre a espera acima do normal, Fabiana concordava que a parada dos ônibus  "prejudica a gente, é claro, mas para se conquistar alguma coisa, muitas vezes é necessário que alguém seja penalizado. Muitas coisas que temos hoje é porque isso aconteceu. Infelizmente tem que ser assim, então concordo com eles".

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