Parada do Orgulho LGBTI+ BELÉM 2021 pode ser adiada para 2022

O cenário de pandemia da covid-19, a cultura de rua da manifestação e a baixa aderência à programação online oferecida em 2020, estão sob avaliação para a decisão final sobre a Edição 2021 da Parada do Orgulho LGBTI+ de Belém. O martelo sobre o evento este ano será batido, no próximo dia 16 de junho, em reunião do Grupo Homossexual do Pará (GHP), entidade com personalidade jurídica e registro da Parada do Orgulho LGBTI+ de Belém, que chega a duas décadas de manifestações neste 2021.

"A live que realizamos da 19ª Parada do Orgulho LGBTI+ de Belém, no ano passado, pelo canal do Youtube, com transmissão ao vivo do Teatro Maragarida Schiwazzapa não teve duas mil visualizações. (O número exato, até este domingo (6), é de 1.501 visualizações)", afirmou Eduardo Benigno, ativista LGBTI+ e um dos coordenadores da Parada do Orgulho LGBTI+ de Belém.

Eduardo Benigno reconheceu que o formato virtual da "Parada", promovido no ano passado por conta da pandemia, enfrentou dificuldades próprias da falta de conhecimento dos realizadores em promover ações que pudessem  mobilizar e engajar um número maior de pessoas.

Ele acredita que tão importante quanto o conteúdo do evento online, saber fazer a divulgação de uma live é fundamental. Coordenadores da "Parada" como Eduardo Benigno, Leonardo Bitencourt, Lya Costa e Gleice Ferreira têm conversado sobre a forma de divulgação mais eficiente do evento.

"Ano passado fizemos, mas não sabíamos. Agora, avaliamos que se não tivermos muitos âncoras que são outros perfis, pessoas e até empresas engajados, não teremos como alcançar um público maior, é isso que estamos discutindo, entende", afirmou o ativista.

Ele informou que não está descartada a possibilidade de se transferir o evento para 2022. "Temos uma data emblemática para celebrar. Este ano, completamos duas décadas de história do evento. O evento não é apenas festejos nas ruas, beber e cantar, beijar na boca e amar, é isso também, mas vai além por mostrar a força do nosso segmento e isso resulta em políticas públicas. Nossa última marcha levou 800 mil pessoas às ruas. São Paulo coloca quatro milhões nas ruas, e isso tudo não é pouca coisa", frisou Benigno.

O GHP já tem o planejamento da edição 2021, ainda que a data e o tema do evento não tenham sido fechados. Segundo Eduardo Benigno, o tema vai girar em torno dos 20 anos de trajetória ''das paradas'' na capital paraense. Ele explicou que as pessoas pensam que o evento é só a marcha em si, mas uma extensa programação específica antecede o evento todos os anos.

A Edição 2021 terá sete eventos antes da marcha: Mostra de Cinema, Prêmio Cidadania LGBTI+, Ação de Cidadania, Feira de Empreendedorismo LBTI+, Campanha de Prevenção das DST/HIV/aids e duas Rodas de Conversas.

"O Pará tem uma das maiores Parada do Orgulho LGBTI+ do País. Ultimamente, estamos saindo da escadinha do porto e subimos a avenida Presidente Vargas até São Brás. De junho a novembro, são promovidos paradas no interior e, a Parada de Belém recebe as caravanas do interior, que também participam dos debates. Nossos eventos movimentam a economia, o turismo, gera renda e emprego. São Paulo movimenta até o turismo internacional, por receber pessoas de toda as partes do mundo. Nós, em Belém, temos cada vez mais o respeito das pessoas e estamos e nossa manifestação só tende a crescer, por isso, estamos tão cuidadosos com a realização da edição de 20 anos'', observou Eduardo.