Osteopenia e osteoporose: diagnóstico precoce pode evitar fraturas; vídeo

Doença atinge 10 milhões de brasileiros e tratamento envolve hábitos saudáveis, remédios e suplementação acompanhada

Camila Azevedo

Cerca de 10 milhões de brasileiros são afetados pela osteoporose. Os números são do Ministério da Saúde. No mundo, a estimativa é que a quantidade de registro chegue a 6,3 milhões de diagnósticos, conforme levantamento realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença é uma evolução da osteopenia, que se caracteriza como a perda da densidade mineral óssea, ou seja, a situação gera o enfraquecimento do osso. Especialistas alertam que a pesquisa precoce pode ser essencial para a prevenção e o tratamento.

Por via de regra, o problema de perda de força óssea começa com a osteopenia, em que o paciente já fica suscetível a fraturas. A condição envolve diversos fatores que geram uma maior predisposição: causas genéticas, tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, alimentação pobre em ingestão de cálcio e vitamina D, pouca atividade física e mínima exposição ao sol. Se não houver os cuidados ideais, o quadro tende a evoluir à osteoporose, aumentando os riscos.

A faixa etária mais comum de desenvolver a doença é a partir dos 50 anos em mulheres, na base da menopausa, e 60 anos em homens. O acompanhamento da densidade óssea, aliado a exames laboratoriais para verificar os níveis de vitaminas e minerais são o indicado para prevenir que a osteopenia se torne um problema maior. Realizar essa pesquisa desde cedo pode evitar fraturas, uma vez que o diagnóstico de osteoporose geralmente ocorre após esses acidentes. Quadril, fêmur, coluna e punho fazem parte dos lugares mais comuns de ocorrer a situação.

O tratamento varia para cada caso, todos tendo especificidades, e consiste, dentre outras coisas, em mudanças de hábitos de vida. O médico ortopedista João Rufino explica que junto a isso, a atuação pode acontecer com medicamentos e suplementação. “Primeiro a gente orienta por práticas de atividades físicas, uma exposição ao sol de pelo menos 15 ou 20 minutos por dia e alimentação mais rica em derivados do leite. Essa é a primeira parte. Aí a gente passa para o tratamento medicamentoso, que seria uma suplementação de pacientes que têm deficiência de cálcio de vitamina D, passa uma suplementação alimentar”, diz o especialista.

Nos casos em que a osteoporose já foi confirmada, a medicação é para diminuir a absorção óssea do corpo. “Essa absorção é formada pelos osteoclastos, que são células que fazem o processo. Tem a célula que produz o osso, o osteoblasto. Então, quanto mais a gente vai envelhecendo, mais o osteoclasto vai absorvendo do que a gente produz. A medicação é para combater a absorção exagerada do osso”, ressalta.

image Manter hábitos saudáveis, como atividades físicas, são alidos na luta contra o desenvolvimento da osteoporose (Thiago Gomes / O Liberal)

Manter uma rotina saudável é o que tem ajudado a pensionista Hiléia Sousa, de 68 anos, a driblar a doença. Ela já teve histórico de problemas envolvendo os ossos e precisou de fisioterapia para melhorar. Além disso, passou a reforçar a alimentação. “Fiz fisioterapia e não senti mais nada, eu tomei cálcio, mas a médica mandou suspender porque fez mal pra mim, então, ela disse para tomar leite. Aumentei o consumo, pouco coisa, mas aumentei. Uso leite normal”, afirma. 

Riscos da suplementação de forma independente

Durante a pandemia, o consumo de vitaminas e suplementos alimentares subiu no Brasil. A  Associação Brasileira de Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD) realizou um estudo em que o consumo de vitaminas e suplementos alimentares cresceu 10% entre 2016 e 2020. 

O ortopedista destaca que a suplementação independente de vitaminas e cálcio pode provocar uma esteatose hepática, que é o acúmulo de gorduras no fígado, além de problemas renais. “Isso precisa ser controlado, tem que ser realizado na dose correta. A indicação é fazer um exame específico para cálcio, vitaminas, densitometria óssea, para controlar a massa desse mineral e verificar a necessidade da suplementação, assim como a quantidade correta para ser utilizada”, ressalta o médico.

Osteoporose não é restrita em idosos

A faixa dos 30 anos de idade, atualmente, também está propensa a adquirir a doença. Isso porque, de acordo com o doutor João Rufino, a busca pela beleza excessiva tem limitado a quantidade ingerida de nutrientes. “Dietas muito restritas aos derivados do leite, a paciente não quer se expor ao sol por cuidados com a pele e não pratica atividades físicas, isso leva a uma osteoporose precoce”, conclui.

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