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Ônibus em Belém circulam quase vazios e usuários falam em redução da frota

Segundo relatos de passageiros, o tempo de espera nas paradas duplicou

Vito Gemaque
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O primeiro domingo em Belém após a divulgação de que todo o Brasil está com transmissão comunitária do novo coronavírus fez Belém ficar totalmente diferente de outros finais de semana. As pessoas que necessitaram do transporte público para pegar ônibus tiveram dificuldade para se locomover pela cidade. Poucos ônibus estavam circulando neste domingo (22). O contraste ainda poderia ser conferido dentro dos ônibus com quase todas as cadeiras vazias. Segundo relatos de passageiros, o tempo de espera nas paradas duplicou.

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As colegas comerciárias Mara Conde e Maria Madalena esperaram o dobro do tempo nas paradas para pegar o ônibus na ida para o trabalho e já perdiam um outro bom tempo na volta. “Não tem ônibus, ontem demorei uma hora para pegar o ônibus. Hoje foi uns 40 minutos, normalmente é uns 20 minutos. Às vezes, chego aqui e já está passando o ônibus”, relatou. As duas que trabalham em São Brás, próximo ao terminal rodoviário de Belém, também estavam assustadas e com medo de assaltos. “Estão tendo muitos assaltos até clientes nossos já foram assaltados. O assaltante se aproveita que tem pouco movimento”, disse.

Para Maria Madalena, a situação é desoladora. “É muita tristeza, a gente não pode sair e passear”, afirma. Apesar da demora em pegar o ônibus, ela reconhece que pelo menos a limpeza dos transportes e a higiene melhoraram. “Em Ananindeua demora mais de uma hora, eles estão andando vazios, mas custa muito. Lá no final da linha estavam limpando todos os ônibus. Nem todos estão limpando, mas alguns sim. Eu me admirei de ver o motorista e o cobrador com luva”.

O jovem Gabriel Lucas, de 23 anos, vendedor de bombons de chocolate amendoim nos ônibus, conhece bem a realidade do transporte coletivo e notou a mudança drástica deste domingo. Por dia Gabriel acredita subir em até 200 coletivos para vender seus produtos. Agora subindo nos ônibus com uma máscara branca cirúrgica na boca e nariz e sempre limpando as mãos com álcool em gel, ele ficou impressionado com a mudança de cenário. “Os ônibus estão vazios. O jeito é continuar vendendo e trabalhando como faço todo santo dia. Hoje já subi para mais de 20 ônibus e nenhum estava lotado. O ônibus mais lotado hoje tinha dez pessoas dentro, eu sei porque contei”, revela.

image Passageiros reclamam que o tempo de espera nas paradas duplicou (Thiago Gomes / O Liberal)

Com poucas pessoas nos ônibus, o medo que surge junto com a doença é de ficar sem dinheiro para comprar comida para a família. “Está ruim, com toda essa epidemia o povo está ‘cabreiro’ de comprar o material. Estamos levando como dá, desistir é pior. A venda está baixa. Em um domingo tiro 100 ou 150, hoje não tenho nem R$ 20 no bolso. Estou preocupado, tenho meus dois filhos para criar. Não estou deixando nem eles saírem para rua, o único que está tendo contato com a rua sou eu”, falou.

O motorista de ônibus Ezequiel Neves constatou que na manhã de domingo o movimento de passageiros foi muito abaixo do normal. “Está fraco. O pessoal está assustado. A gente que trabalha aqui também tem essa preocupação. No final da linha já tem o pessoa da higiene passando o álcool gel no volante, no câmbio, no painel. Em se tratando de passagem caiu bastante e a gente fica um pouco preocupado com o nosso salário, porque a gente depende das passagens para pagar o salário”, declarou.

image O Setransbel informou que não houve redução extra da frota de ônibus, apenas a redução usual que ocorre nos finais de semana (Thiago Gomes / O Liberal)

Segundo nota da Prefeitura Municipal de Belém, desde o último sábado (21) os ônibus articulados do BRT não circularam já que os veículos não podem ter as janelas abertas. Os terminais e estações ficaram fechados neste domingo, 22, para que não houvesse aglomeração de pessoas. O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém (Setransbel) informou que não houve redução da frota de ônibus, mas, sim, no número de passageiros, que na última sexta-feira, 20, caiu 47%, segundo cálculos da entidade. 

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