No Pará, vacinação contra HPV atinge 60% entre jovens de 9 a 14 anos; nova lei reforça prevenção
O combate à infecção por HPV tem foco na educação preventiva e na vacinação de crianças e adolescentes no Pará.
A cobertura vacinal contra o Papilomavírus Humano (HPV) está em 60,4% entre meninos e meninas de nove a 14 anos, no Pará, conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) atualizados até julho de 2025. A prevenção da infecção pelo vírus, considerado o de transmissão sexual mais comum no mundo, é realizada no estado principalmente por meio da vacinação em escolas e ações educativas.
Meninas têm maior adesão à vacina que meninos
Entre as meninas da faixa etária indicada, a cobertura vacinal é de 66,79%, enquanto entre os meninos, o índice é de 54,14%, segundo a Sespa. Para ampliar os índices, o governo estadual aposta na Estratégia de Vacinação nas Escolas 2025, uma iniciativa conjunta dos Ministérios da Saúde e da Educação dentro do Programa Saúde na Escola.
A estratégia também contempla o resgate de adolescentes de 15 a 19 anos que ainda não receberam nenhuma dose da vacina. A meta da Sespa é alcançar 90% de cobertura até dezembro deste ano.
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Em Belém, a cobertura vacinal entre meninas de nove a 14 anos é de 63,76% e entre meninos, de 47,33%. A média geral da capital é de 55,54%, conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Em 2024, foram aplicadas 18.417 doses da vacina na cidade. Em 2025, até julho, o número é de 6.911 doses.
Nova lei nacional cria política de enfrentamento ao HPV
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou neste mês a Lei 15.174, que institui a Política Nacional de Enfrentamento da Infecção por HPV. A nova legislação prevê campanhas informativas, ampliação do acesso a cuidados, além do fortalecimento da notificação e da pesquisa científica.
A Sespa afirmou que já vinha promovendo ações por meio das coordenações estaduais de Imunizações e de Saúde do Adolescente, com foco nas escolas.
HPV também afeta adultos e pessoas com imunidade comprometida
A vacina contra o HPV também está disponível para pessoas vivendo com HIV até 45 anos e para quem faz uso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), desde que estejam cadastradas no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Exames para diagnóstico do HPV disponíveis no SUS
O diagnóstico do HPV pode ser feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece exames como:
- Citopatológico do colo do útero
- Colposcopia
- Biópsia com histopatologia
- Peniscopia
- DNA-HPV (em fase de implantação)
A entrada para esses serviços é feita por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Vacina e exames estão disponíveis nas UBS de Belém
As UBSs de Belém seguem com imunizantes disponíveis para o público-alvo. Também estão acessíveis, sem agendamento prévio, os exames de Prevenção do Câncer do Colo do Útero (PCCU), que ajudam na detecção precoce de infecções como o HPV, mediante solicitação médica.
HPV: o que é e quais os riscos para a saúde
O Papilomavírus Humano é altamente prevalente e possui mais de 200 tipos. Alguns causam verrugas genitais, enquanto outros podem levar ao desenvolvimento de câncer, especialmente quando a infecção persiste sem diagnóstico ou acompanhamento.
Segundo a ginecologista e obstetra Romana Luna, o maior risco nas mulheres é o câncer do colo do útero, mas o vírus também pode afetar a vulva, vagina, ânus e orofaringe.
Entre os métodos de prevenção, Romana destaca o exame Papanicolau, os testes de DNA-HPV e as consultas regulares ao ginecologista.
"O Papanicolau ainda é um dos principais aliados na detecção precoce de alterações no colo do útero. Já o teste de DNA-HPV consegue identificar o vírus mesmo sem sintomas visíveis", explica a médica.
Como se prevenir da infecção por HPV
- Vacinação antes do início da vida sexual
- Uso de preservativo
- Redução do número de parceiros
- Evitar o tabagismo
- Manutenção da imunidade
HPV também atinge os homens
Apesar de menos acompanhados, os homens também podem ser infectados pelo HPV e desenvolver verrugas e cânceres no pênis, ânus e orofaringe. A especialista reforça a importância da vacinação masculina para quebrar a cadeia de transmissão.
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