No dia Internacional do orgulho LGBTIA+ Belém tem programação cultura e serviços para a população

No dia internacional do orgulho LGBTIA+ (28), a Coordenadoria de Diversidade Sexual e Gênero (CDSG), junto com grupos do movimento LGBTIA+ realizou, no Solar da Beira, em Belém, um evento alusivo à data. A programação começou às 10h, com as falas dos representantes do movimento. Entre os serviços oferecidos estão: emissão de identidade (RG), certidão de nascimento; assessoria jurídica com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Seção Pará) e em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), disponibilizando testagens para doenças sexualmente transmissíveis, como HIV, Sífilis, Hepatite B e C.

"Eu como mulher preta, lésbica, periférica e do Axé, sei que esses serviços de emissão de documentos são muito importantes. Porque com a Pandemia o desemprego aumentou. Principalmente para os membros da comunidade LGBTI+. Então, algumas pessoas não têm dinheiro nem para pegar ônibus", disse Jane Gama, coordenadora da CDSG.

Jane Gama destaca que a população LGBTQIA+ mais pobre foi ainda mais prejudicada devido à pandemia de covid-19 (Elivaldo Pamplona / O Liberal)

Além dos serviços de cidadania, a programação segue ao longo do dia com exposições: fotográficas e a exposição do jornal “Lampião da Esquina”, que circulou nas décadas de 70 e 80 e falava sobre a comunidade LGBTIA+ da época: " Há 52 anos a essência do movimento nascia, iniciou esses movimentos. O Lampião da esquina era um jornal independente, no auge da ditadura militar, que ousava desafiar o sistema autoritário.... Falava de afeto, sexualidade, resistência não só homossexual, mas das lutas feministas, sobre o racismos... Relembrar o passado é importante para manter viva a nossa memória e avançar sobre novos e melhores caminhos da luta contra a LGBTIfobia", disse Richard Callefa, coordenador estadual do Grupo Homossexual no Pará.

Isabella Santorine reforça a necessidade de visibilidade e proteção a pessoas trans (Elivaldo Pamplona / O Liberal)

Empreendorismo, cultura e diversidade no dia do orgulho

Isabella Santorine, coordenadora da Rede Paraense de pessoas trans e que também representa o Pará em um concurso de beleza trans e travesti comenta a importância das pessoas Trans e Travesti na luta LGBTI+ e o seu papel também no universo digital: "hoje é um dia de orgulho, mas também de lutar por políticas públicas... Fico muito feliz de estar em um espaço como esse, vendo pessoas iguais a mim.... Além da ong, faço ativismo nas redes sociais, de forma descontraída, mas falando de maneira séria. Alcançando pessoas para além da minha bolha", disse Isabella. "Quando a gente fala de concurso de beleza, pensam em futilidade. Mas esse é um concurso que enaltece a beleza de trans e travestis... Eu estou aqui para mostrar que podemos ocupar esses espaços. É um concurso política, não só beleza. Nossos corpos são políticos", complementou.

O presidente da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) também esteve presente, prestigiando o evento: "fico extremamente emocionado de vivermos um governo democrático que representa os anseios de uma população, que deseja cidadania. Do ponto de vista cultural, essas pessoas são absolutamente importantes para a cidade... Pelo o que elas produzem, pelas falas, o que poetizam... A possibilidade delas interagirem dentro de suas identidades, transforma Belém em um polo criativo nacional, muito importante", comentou.

Michel aproveitou a ocasião e falou sobre a criação da Feira do Livro e leitura municipal, que também atenderá os escritores e linguagens que trabalhem a questão da diversidade: "a CDS está inserida desde o aniversário da Belém, na criação municipal da feira do livro... É pensar de forma coletiva a inclusão. Estamos sonhando com a feira do livro e leitura... Para que possamos falar sobre as mais diversas expressões culturais que a leitura pode trazer. Essa é uma bandeira da Prefeitura, da cultura, para que possamos ser representativos para todos", afirmou Michel.