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No Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas têm deficiência visual, e a maioria possui baixa visão

Causa irreversível de cegueira, glaucoma não apresenta sintomas. Por isso, é fundamental consulta com oftalmologista

Dilson Pimentel/ O Liberal
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Estima-se que existam, no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, e a maioria possui baixa visão. Os principais motivos de cegueira são doenças como catarata, glaucoma e retinopatia diabética. E, nesta segunda-feira (13), é o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual. Em Belém, o oftalmologista Renan Arêde recomenda que as pessoas procurem um oftalmologista para poder fazer o diagnóstico precoce das doenças e, também, o devido acompanhamento. 

Há causas reversíveis e irreversíveis de deficiência visual. Uma causa irreversível, o glaucoma atinge mais de 80 milhões de pacientes no mundo inteiro, segundo a Organização Mundial de Saúde. É uma deficiência em que o paciente precisa do exame do oftalmologista. Do contrário, nunca vai saber que tem a doença, que causa alteração no campo visual periférico. O glaucoma não tem sintomas. E, por isso, a pessoa precisa fazer uma consulta pelo menos uma vez ao ano, para fazer o diagnóstico da grande maioria dessas doenças.
No caso do glaucoma, a partir dos 40 anos tem que fazer exame do fundo de olho. "Quando faz o fundo de olho e o mapeamento de retina, a gente consegue até identificar a retinopatia diabética. Quando faz o mapeamento vai ver se tem algum sangramento, alguma alteração de vasos que é a diabates que está causando. No próprio exame você consegue ver glaucoma, diabetes, pressão do olho e, ainda, se o paciente tem catarata", explicou o dr. Renan.

Se a pessoa não for ao  oftalmologista, não saberá que tem glaucoma

Já a catarata é a principal doença que causa cegueira, mas reversível, ao contrário do glaucoma. "O que você perdeu de visão no glaucoma não recupera. A catarata, não. Vai progredindo. Só que você faz a cirurgia e a visão volta", disse. No glaucoma, com o tratamento, é controlada a pressão do olho do paciente. O tratamento é feito à base de colírios, procedimentos cirúrgicos e uso de laser para baixar a pressão do paciente. "Você estabiliza a doença e evita a progressão do glaucoma", afirmou. "Se você nunca for (ao oftalmologista), você nunca vai descobrir", afirmou.
No entanto, segundo ele, muitas pessoas acham que o problema é resolvido apenas com o uso de óculos. "Você vai fazer óculos e vai resolver o problema naquele momento. Mas, se não fizer um fundo de olho, uma pressão ocular, nunca vai saber que tem glaucoma. E, às vezes, só de fazer o fundo de olho, vai saber se tem predisposição ou não. E principalmente os antecedentes pessoais: se tem pai, irmão ou mãe com glaucoma tem mais chance do paciente desenvolver a doença", afirmou.

Durante a pandemia, muitos pacientes deixaram de fazer seus exames regulares

Renan Arêde disse que, quem tem a doença, tem que realmente continuar fazendo o acompanhamento. Durante a pandemia, muitos pacientes com glaucoma deixaram de fazer seus exames periódicos (campo visual, retinografia), o que acabou piorando a doença. "Muita gente não entende o que é o glaucoma. E parou de usar o colírio. E aí a pressão começou a aumentar e começou a desenvolver piora da doença", disse. Segundo ele, o fundamental é a educação da população. "O glaucoma é uma doença que atinge o nervo. E tudo o que é nervo a gente não consegue recuperar. É uma doença progressiva, que vai perdendo o campo de visão e, com o tempo, isso vai ficando pior e deixa cego", disse. E, da feita que começou a usar o colírio, esse uso é para a vida inteira. O médico vai avaliar qual o melhor tratamento para o glaucoma, cujo principal fator de risco é a pressão do olho aumentada. "Se você controla a pressão, controla teoricamente a doença e fica bem. É que nem a pressão do corpo. Toma remédio. Não tem cura, mas tem controle", disse.
O glaucoma não tem sintomas. "Só na fase muito avançada da doença a pessoa começar a tropeçar nas coisas, porque não tem a visão periférica. Se alguém passa do lado ela não consegue ver. Aí, você só consegue controlar. O que a pessoa perdeu de visão não consegue recuperar, porque é nervo", explicou.

Ele acrescentou que pacientes com doenças sistêmicas, como diabetes e hipertensão, precisam fazer um acompanhamento pelo menos uma vez por ano - mapeamento da retina ou fundo de olho, justamente para ver as doenças sistêmicas podem causar alteração na retina. São doenças que causam hemorragias na retina e isso vai causar também uma perda de visão e exige tratamento específico para a doença ocular. "Se tem alteração no olho, provavelmente já tem alteração renal, do coração", afirmou. 
No Brasil, explicou o dr. Renan, há algumas deficiências. Na região Norte, faltam oftalmologista. Também faltam políticas públicas mais voltadas para a Oftalmologia. "Hoje em dia se realizam mutirão e outras ações, mas não tem aquele acompanhamento periódico que deveria ter, principalmente com as doenças que são irreversíveis. Falta o acompanhamento para o glaucoma também", afirmou.
Também falta a conscientização da população de levar as crianças para fazer essas consultas. "Há doenças em que, se a criança não utilizar óculos, ela não vai enxergar no futuro", afirmou.

 

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