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Movimentos feministas se reúnem contra a violência à mulher em Belém

Iniciativa visa protocolar um pedido de audiência no Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) para discutir a problemática

Ana Carolina Matos / O Liberal

Na manhã desta quinta-feira (25), diversas representantes de movimentos sociais se reuniram em um ato público organizado pela Frente Feminista do Pará na praça Felipe Patroni, na Cidade Velha, em Belém. A iniciativa visou chamar atenção para as diversas violências sofridas pelas mulheres em território paraense e protocolar um pedido de audiência no Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) para discutir o problema.

A data escolhida para o manifesto faz alusão ao Dia Latino Americano pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, celebrado no dia 25 de novembro. "Essa é uma data simbólica para nós dos movimentos de mulheres, movimentos feministas, porque é uma data que marca um dia de luta mundial internacional contra a violência doméstica e sexual contra as mulheres. E a gente, da Frente Feminista, veio aqui para dizer não à violência contra as mulheres, que foi algo que aumentou durante a pandemia", explica Eunice Guedes, integrante da comissão organizadora do evento e da Frente Feminista e do Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense.

Além de chamar atenção publicamente para a questão, as manifestantes também preparam um ofício endereçado ao Procurador-Geral do Estado, Ricardo Nasser Sefer. Segundo aponta o documento, as tristes estatísticas do Brasil e também do Pará em relação à violação de mulheres e crianças, e os frequentes feminicídios, estão relacionadas à falta de políticas públicas sobre o tema. "A gente precisa pensar que as gestões estaduais e municipais têm que ser responsabilizadas e aí estamos aqui na frente do MP para protocolar um pedido de audiência em que a gente trate dessa situação e trate de encaminhamentos sobre o que fazer para solucionar essa problemática", conta.

Para Nilde Sousa, integrante do Fórum de Mulheres Amazônicas, uma mulher vítima de violência precisa de vários tipos de assistência, que vão além do âmbito dos órgãos de segurança. "A sociedade, os órgãos do governo e as políticas públicas têm que enfrentar essa problemática porque é algo que não atinge só a área da segurança pública, da questão do agressor ser preso pelo Judiciário. Mas uma mulher, às vezes, precisa de uma série de assistências, até porque muitas vezes ela depende financeiramente do agressor, o que faz com que ela fique naquele ciclo por muito tempo", acrescenta.

Violência recorrente

Mesmo com um grande número de subnotificações, os dados de estupro de mulheres no Pará é preocupante. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), o estado somou 480 ocorrências deste tipo de janeiro a setembro de 2021. Ano passado, foram 532 ocorrências: ou seja, três meses antes do final do ano, o Pará alcançou 90% dos casos totais de 2020. Ainda segundo dados da Segup, o Pará registrou 50 casos de feminicídios de janeiro a outubro deste ano. Em 2020, foram 58 casos no mesmo período.

Vários casos de violência à mulher - muitos deles que resultam em morte - têm tido grande repercussão no estado. Um dos mais recentes foi o de Joele Fontes Palmeira, de 21 anos. No último dia 16, a jovem foi morta a facadas pelo ex-companheiro, que não aceitava o fim do relacionamento. Valdenor da Silva Souza, de 28 anos, foi capturado logo após o crime e espancado no bairro Curió-Utinga. O agressor foi preso e segue à disposição da justiça.

Outro crime estarrecedor foi o assassinato de Édrica Moreira Lopes da Silva, de 19 anos. A jovem também morreu pelo mesmo motivo: o ex-namorado não aceitou o término do namoro e a matou a tiros. O crime ocorreu no último dia 11 de novembro no bairro Sideral e o militar Edisandro de Jesus da Costa, de 32 anos, ficou foragido por 11 dias, até que se entregou ao Quartel do Comando do II BIS, onde segue à disposição da Justiça.

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